Somos aquilo que fizeram de nós

Essa frase é uma visão sobre a vivência em sociedade e a partir dela podem ser traçadas perguntas interessantes, tais quais: Como formamos nossa identidade? Qual o papel do nosso meio? Qual a influência dos nossos mentores na maneira que passamos a ver o mundo? Pessoas nos moldam? Se sim, somos moldados pela dor ou pelo incentivo? Essas reflexões ficarão ecoando por aqui, e eu não pretendo respondê-las, apenas tentar guiar alguns pensamentos para que cada um possa chegar a uma conclusão.
É inevitável que cheguemos a algumas conclusões ao pensar nas perguntas, pois somos como esponjas, absorvendo experiências, e muitas vezes somos moldados pelos julgamentos que os outros lançam sobre nós e na imensa maioria das vezes, esse molde é feito de forma inconsciente, limitando características geniais de uns, ou nos melhores cenários, expondo talentos escondidos de outros.
Mas será que devemos nos contentar em sermos apenas reflexos do que nos rodeia?
Eu adoro um filme chamado “As Vantagens de Ser Invisível”, em que o protagonista, Charlie, busca desesperadamente se encaixar no mundo ao seu redor. Ele se vê rotulado e ignorado, e isso o leva a questionar sua própria identidade. E sem spoilers, mas um evento traumático de sua infância definiu boa parte de sua personalidade. Que fica muito bem resumido na frase: “Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.”
A sociedade parece ter um catálogo pronto para nos classificar e é muito difícil fugir de um estereótipo já definido. No entanto, o que fazemos com esses rótulos é o que realmente importa. Podemos permitir que nos definam ou podemos encontrar nossa própria voz. Como dizia Erich Fromm: “O que os outros pensam de mim é problema deles, não o meu.”
Citando outro filme fantástico, trago aqui Clube dos Cinco, do Genial John Hughes: “Vocês me veem como vocês querem me ver – no sentido mais simples e com as formas mais convenientes para vocês.” E a sociedade – da qual fazemos parte como vítimas e agressores – nos classifica exatamente assim, de forma simples e conveniente a quem enxerga.
A verdade é que temos dois caminhos, sendo o primeiro; nos dispor a descobrir nossa essência, pois é assim que chegaremos ao núcleo de nosso ser. E o segundo é evitar estar do outro lado da mesa julgadora, classificando e rotulando aqueles que, como nós, sofrem as consequências de cada julgamento
Então, não devemos nos limitar às etiquetas e rótulos que nos atribuem. O mundo é vasto, e nós somos um universo em expansão. Somos aquilo que fizeram de nós, mas também somos muito mais do que isso. Somos a soma de nossas experiências, nossas escolhas e nossos sonhos. Somos o resultado de um emaranhado de histórias, emoções e momentos. O mundo nos molda, e nós também moldamos o mundo. Somos uma obra em constante evolução.
A você, leitor eu desejo a coragem para iniciar a busca pela sua essência, e que no fim possa ser autêntico e independente das percepções externas, que seja capaz de transformar o que fizeram de você em uma expressão única e bela de quem realmente é.