O valor, o machado e o filho pródigo
O que é Valor? Geralmente usamos princípios éticos, morais, culturais e pessoais para
encontrar a resposta, mas são tantas variáveis que não podemos resumir a uma única regra, e
as regras que nos guiam hoje podem sofrer alterações, que podem mudar nossos valores.
Então, como encontrar nossos valores? Não é simples, mas há um ponto de partida.
Comecemos identificando os princípios que guiam nossas decisões, que podem ser suprir nossas
necessidades básicas, isso envolve o meio, a cultura, situação financeira, etc.
Realidades desiguais podem gerar valores divergentes, e necessidades distintas criam
capacidades únicas. Usemos exemplos:
Um homem, nasceu de uma família humilde, numa região de florestas, ele desenvolveu
a habilidade de lenhador, se tornando o melhor lenhador de sua província. Enquanto outro,
nasceu em uma cidade maior, família de classe média, com acesso a estudos e se tornou um
ótimo programador. Suas habilidades definem o valor da mão de obra deles, pois seria inútil ao
primeiro o laptop mais poderoso e ao segundo, o machado mais afiado. O que é valioso para
um, pode ser insignificante ao outro.
Mas há outras vertentes, veja na parábola do filho pródigo, que narra a história de dois
irmãos que foram criados da mesma maneira, um desenvolveu o prazer pelo trabalho, pela
lealdade à família e ao patrimônio de seu pai, enquanto o outro, nutriu o desejo de conhecer o
mundo, desfrutar de seus prazeres, e era desapegado de bens materiais, tanto que chegou a
extrema dificuldade, aprendendo outros valores no final da jornada.
Aqui o desejo individual e a personalidade definiram os valores, e as lições os
aproximaram no final, no entanto, os valores continuarão distintos, pois aquele que saiu de casa
aprendeu coisas que seu irmão nunca sonhou conhecer, porém, os valores que aquele que ficou
aprendeu na disciplina de sua rotina, o fez diferente de seu irmão.
Ou seja, os valores podem ser compartilhados em parte, mas nunca o serão
completamente, pois as experiências, a personalidade, os desejos, os medos, a espiritualidade e
outros tantos fatores, guiarão e mudarão nossos valores ao longo da vida.
Por fim eu cito o grande Belchior, “o passado é uma roupa que não nos serve mais” e eu
complemento: Feliz será quem se permitir criar novos valores e deixar morrer aqueles que não
fazem mais sentido.