Personalidades se unem em campanha contra violência doméstica

Romper o silêncio e pedir socorro nem sempre são respostas fáceis diante de um caso de violência doméstica, principalmente em tempos de isolamento, onde o período ao lado do agressor é ainda maior. De acordo com o levantamento “RAIO X da violência doméstica durante isolamento – Um retrato de São Paulo”, do Ministério Público de SP, 66% dos casos de femicídio acontece na casa da vítima.

Jogando luz neste preocupante cenário, o Instituto Free Free, plataforma de apoio à liberdade física, saúde emocional e independência financeira de mulheres, em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo, lançaram nesta terça-feira, 9, uma Campanha contra Violência Doméstica, na qual 18 mulheres de diversas área endossam a causa.

O time de articuladoras é composto por: Bárbara Dantine, Claudia Leitte, Cleo, Gracie Carvalho, Jessica Aronis, Laura Brito, Laysa, Maya Gabeira, Milena Ricciardi, Patrícia Santos, Patrícia Santos, Rebeca Costa, Sophia Abrahão, Terry Massari, Thaila Ayala, Thelma Assis, Yasmine Sterea e Valéria Scarance.

A promotora de justiça e coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público, Valéria Scarance, afirma que “no Brasil, a violência contra as mulheres é uma doença social, que se tornou mais grave com a Covid-19”. A constatação da profissional vai de encontro com os dados do levantamento do MP, o qual revela que com a pandemia, houve um aumento de 29% das medidas protetivas, 51% das prisões em flagrante e 44% das ligações para 190 (Polícia Militar) em São Paulo.

Sobre medida efetivas, Yasmine Sterea, CEO do Free Free, explica como Instituto se posiciona em relação a esse aumento de casos de violência doméstica. “Estamos desenvolvendo diversos projetos para conscientizar a população, oferecer apoio e sugerir soluções. Nosso desejo é que esta campanha ajude muitas mulheres no Brasil a entenderem que tem saída e que elas não estão sozinhas”, comenta.

Se os dados são assustadores, a realidade é ainda pior, já que com o isolamento, nem todas as vítimas procura ajuda. “A violência contra mulheres aumentou em grandes proporções, mas na mesma medida diminuíram os registros de BO. Mulheres estão sofrendo mais, mas também silenciando mais. Por isso, é preciso informar quanto aos riscos e canais de atendimento”, aconselha Valéria.

No número 190 (Polícia Militar), é possível falar sobre emergência. Já no 180 (Central de Atendimento à Mulher) são recebidas as denúncias. 

Assista ao vídeo-manifesto, apresentado por artistas, cantoras, modelos, influenciadoras, entre outras profissionais, que mostram que nenhuma vítima está sozinha nessa.