Não fuja da dor!

Talvez você esteja se perguntando a possível “loucura” com que inicio este texto, afinal: que pessoa, em sã consciência, não fugiria da dor, não é mesmo!? Afinal, ninguém gosta de sentir dor. Seja ela física ou emocional, a dor é sempre uma visita para a qual fechamos a porta ou, quando sua chegada é inevitável, nós supersticiosamente “colocamos a vassoura atrás da porta”, para que esta visita indesejada não ouse a tardar.

Basta pouco minutos de reflexão para que você chegue à conclusão de que durante toda a nossa vida, o que mais fazemos é: fugir daquilo que nos causa angústia ou que nos machuca. Passamos, portanto, grande parte da nossa vida fugindo. Incrível, não é? Não é à toa que nossa sociedade sofra tanto de ansiedade, depressão e várias outras perturbações emocionais. Este é, portanto, o momento de se questionar: se fugir da dor não resolve o nosso problema, o que devemos, então, fazer?

Respondendo a pergunta anterior, digo que a resposta é: aceitá-la. É, isso mesmo. Você leu corretamente! O melhor caminho é aceitar a dor. Mas não apenas aceitar e deixar que a vida, por si, se encarregue dos seus problemas (que, querendo ou não, são de sua responsabilidade). Mas aceitar que a dor, neste momento, é uma parte presente em você e, portanto, precisa ser respeitada. Ninguém sente ansiedade do nada, assim como ninguém sofre por coisas que surgem do além. Nós sofremos por que há motivos para isso. Mas as vezes é difícil enxergar esses motivos e, mais difícil ainda, encontrar respostas assertivas para solucioná-los, por isso o que nos resta é: aceitar, se confortar e, não menos importante, agir!  

E para agir, precisamos fazer alguns (auto)questionamentos básicos, que são: o que eu tenho feito para tentar resolver o meu problema? O que eu tenho feito tem sido efetivo para trazer resolução às minhas dificuldades? Ao responder estas perguntas você possivelmente descobrirá que tem buscado soluções que não tem, efetivamente, te ajudado a resolver o seu problema pela raiz. Após isso, questione-se, também: você tem se isolado, buscado medicações e tratamentos diversos para eliminar seus sentimentos indesejáveis, você tem deixado de se expor à situações que você considera desagradáveis, mas que, de alguma maneira, te ajudariam a se desenvolver? Você tem se esquivado de trabalhar, de fazer e preservar amigos, de sentir, de sofrer… de VIVER? Se você chegou em alguma (ou algumas) destas respostas, está na hora de você pensar em outras estratégias. Estratégias que sejam, realmente, efetivas. E, caro(a) colega, ouso a dizer que toda e qualquer nova estratégia envolverá enfrentar aquilo que você não quer enfrentar, mas que você PRECISA! 

Por isso, este texto, além de buscar fazer com que você se questione sobre como tem agido para resolver seus problemas é, também, um apelo para que você não fuja da sua dor, seja ela qual for. A dor é, por vezes, o antídoto para nossa “cura”. Nós crescemos muito quando lidamos com nossas dificuldades. A dor nos desafia, a dor nos balança, a dor nos cobra novas atitudes, a dor é, no fim, sempre uma mensageira. Respeite sua dor. Aceite-a. Ela quer dizer algo para você. Ouça-a e, após isso, busque uma solução que não envolva evitá-la, mas, enfrentá-la! 

Indicação de música: Não fuja da dor (Titãs)

Psicólogo Weslley Knupp
Psicoterapeuta de orientação analítico-comportamental
CRP: 08/28270
(44) 99945-3528

 

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