Lyandra Mota Costa relembra dor pela morte do pai, o cantor Leandro: ‘Eu pedia para a minha mãe ligar para o céu’

Lyandra Mota Costa tinha 2 anos de idade quando o pai, o sertanejo Leandro, da dupla com o irmão Leonardo, morreu em decorrência de um câncer raro, aos 36 anos e no auge da carreira. Além dela, atualmente com 25 anos, o cantor deixou mais três filhos: Thiago Costa, de 35 anos, Leandro Ferreira Borges Costa, de 28 anos, e Leandro Mota Costa, de 22 anos.

Em 2020, completaram-se 22 anos da morte de Leandro. Apesar da pouca idade, Lyandra afirma que, mesmo assim, mantém algumas recordações: “Eu tinha dois para três anos. Ele morreu no dia 23 de junho e o meu aniversário foi no dia 27, mas me lembro de vários momentos juntos.”

“Nessa época, sempre fico muito reflexiva, imaginando em como seria se ele estivesse presente, sabe? Já pensei um milhão de vezes em como vai ser no meu casamento, que nem existiu ainda.”

Segundo ela, por conta de sua idade, foi difícil compreender a ausência do pai. “Foi muito difícil. Na minha cabeça, não sabia o que era a morte, mas sabia que tinha alguma coisa muito errada. Quando ele estava internado em São Paulo, sempre que eu queria falar com ele, minha mãe e minha avó ligavam para ele. Então, quando ele morreu, eu pedia para ligar e não entendia como é que não dava”, relembra.

“Eu pedia para a minha mãe ligar para o céu. Não entendia como que eu não conseguia falar com ele. Fiquei muito triste.”

Lyandra diz que a tragédia a forçou a amadurecer mais cedo e a tornar-se uma pessoa mais forte. “Quando estou passando por um problema que considero grande, vem na minha cabeça assim: 'não, Lyandra, para. A pior dor da sua vida você já teve'”, relata.

“A pior coisa que poderia ter acontecido comigo já aconteceu, então parece que o resto fica pequeno, sabe?”

A fatalidade a fez se aproximar ainda mais de sua mãe, Andrea Mota, a última mulher com quem Leandro foi casado. “Quando eu era pequena, minha mãe não podia nem sair de casa direito. Por ter perdido o meu pai muito nova, sempre tive muito medo de perder as pessoas, principalmente a minha mãe”, conta.

Apesar da ausência do pai, a convivência com o tio, Leonardo, e com os primos, não se alterou. “Desde pequena, fui criada junto com eles. Mesmo sem a presença do meu pai, eu sempre ia para a fazenda do meu tio, sempre dormia lá. Independentemente do meu pai ou não, a gente nunca deixou de ter essa convivência, graças a Deus”, agradece.

“Todo mundo sempre fez questão de ter a gente por perto, então isso facilitou um pouco. Acho que as pessoas sentem a presença do meu pai quando a gente está por perto.”

Segundo ela, de certa forma, a perda de seu pai acabou influenciando na sua escolha da profissão. “Diretamente, não, porque para fazer medicina, você tem que ter o dom, sabe? Não é fácil e a gente vivencia muita coisa que não é fácil de ver”, começa.

“Mas, indiretamente, acho que sim, porque sempre gostei muito de ajudar as pessoas, talvez por ter perdido meu pai muito cedo”, complementa.

Atualmente, Lyandra cursa a residência médica em Dermatologia. “A dermatologia é uma especialidade muito visual. Ao mesmo tempo que você vê que a pessoa está doente, vê que está sarando também porque a lesão melhora. Gosto muito disso, dessa coisa mais palpável”, explica.

Com quase meio milhão de seguidores nas redes sociais, ela afirma ainda não ter se acostumado em ter tanta gente assim acompanhando o seu dia a dia. “Falando assim, parece muito, né? Acho que não percebi até hoje, sou muito desligada (risos). A maioria sabe, mas ainda recebo mensagens dizendo, 'menina, não sabia que você era filha do Leandro'”, diverte-se.

Namorando há cinco anos o engenheiro civil Lucas Santos, Lyandra diz que a relação do namorado com a família é a melhor possível. “Todo mundo adora ele, é um menino muito trabalhador, sabe? Acho que eu e ele nos parecemos muito nesse quesito, porque vou atrás das coisas que eu quero, independente do meu pai ter sido o Leandro. Estou construindo a minha própria história”, finaliza.