Cursed – A Lenda do Lago

Cursed – A Lenda do Lago é a mais nova adaptação dos contos arthurianos, que não ganha uma boa série desde Merlin, da BBC. Com Katherine Langford (13 Reasons Why), a Netflix tenta aproximar o público adolescente da lenda do Rei Arthur. A partir da abertura da série, já se percebe uma forma de conquistar o público de O Mundo Sombrio de Sabrina, já que os créditos iniciais são deveras semelhante. E tem mais, a série adapta o livro de Frank Miller e Tom Wheeler, que assumem a produção dos episódios.

Ainda é cedo pra dizer que Cursed – A Lenda do Lago é uma adaptação bem-sucedida. Os 10 primeiros episódios oscilam bastante, podendo fazer algumas pessoas abandonarem a série pela metade. Os cinco primeiros episódios caminham bem e constroem uma ótima atmosfera, só que os episódios finais derrapam por escolhas mal feitas.

A trama acompanha a lenda do rei Arthur contada pelos olhos de Nimue (Katherine Langford), uma jovem com um dom misterioso destinada a se tornar a poderosa Dama do Lago. Após a morte da mãe, Nimue encontra um parceiro inesperado no mercenário Arthur (Devon Terrell) e sai em missão para entregar uma espada ancestral a um mago chamado Merlin (Gustaf Skarsgård). Ao longo de sua história, ela acaba se tornando um símbolo de coragem e rebelião contra os terríveis Paladinos Vermelhos e o Rei Uther (Sebastian Armesto).

Cursed – A Lenda do Lago apresenta alguns elementos intrigantes, como a mudança de alguns personagens. Na série, o Arthur vivido por Devon Terrell é um homem negro, mercenário e que defende os menos favorecidos. Distante da figura branca e honrosa vista em muitas outras adaptações. Figuras como Lancelot, Percival, Guinevere e Morgana também estão na série e ganharam novas representações. Todas elas bastante interessantes. Mas, quem chama a atenção na série é o ótimo Gustaf Skarsgård, capaz de injetar energia e carisma necessários e um pouco mais de profundidade ao lendário mago Merlin.


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Katherine Langford não chega a ser uma decepção como Nimue. A personagem tem bons momentos, só que da metade para o final da temporada, ela vai perdendo o brilho. As cenas de ação envolvendo a atriz são mal conduzidas, deixando claro que faltou mais lições de como segurar uma espada. Inexplicavelmente, a personagem é jogada de lado após o grande clímax no final do quinto episódio, voltando a ter destaque apenas nos dois últimos.

Com 10 episódios de quase 1h de duração, a primeira temporada sofre com a falta de ritmo. Há várias transições ilustradas em quadrinhos entre as cenas que parecem uma desculpa esfarrapada por faltar uma maneira melhor de avançar para o próximo ponto. Faltou assunto para os episódios seis a dez. Então, muitos personagens simplesmente somem e voltam para lembrar os espectadores de que eles estavam fazendo alguma coisa e serão importantes no futuro. No máximo em oito episódios daria para criar uma boa história de Cursed.