Polícia vai investigar comentários racistas em transmissão do Festival Afro-brasileiro de Maringá

O encerramento do 12º Festival Afro-brasileiro de Maringá foi realizado nesse domingo (11) de forma virtual.

A transmissão foi pelo canal do YouTube da Secretaria de Cultura. Das 13h às 17h, sete apresentações marcaram o evento com o tema “Culturas Negras Importam”.

Mas pouco antes do encerramento do evento, os artistas foram atacados com comentários racistas.

Duas contas com nomes “Joaozinlegal” e “Lula Seu Maior Amiguinho”, dispararam ofensas do tipo “tudo macaco” no chat dos comentários da transmissão.

Diante da situação racista, os artistas Mestre Raiz e Liberta Maré registraram boletim de ocorrência por injúria racial na 9° Subdivisão Policial de Maringá, na manhã desta segunda-feira (12).

O secretário de Cultura, Victor Simião, acompanhou os artistas na delegacia.

“Desde o momento que a Semuc viu a situação, nos colocamos à disposição e nos organizamos para prestar todo tipo de apoio às vítimas. Na noite de domingo, publicamos uma nota falando que iríamos acionar jurídicamente, em qualquer instância, se fosse necessário. Nesta segunda-feira, fomos à delegacia registrar um boletim de ocorrência e agora vamos acompanhar. O que precisamos deixar claro é que em nossa gestão da Cultura, racistas não passarão, não ficarão impunes. A cultura precisa ser democrática, acessível e cada vez mais para os grupos prioritários políticamente, como as pessoas negras”, explicou.

Segundo o delegado Luiz Alves o crime será investigado. “A partir de agora, iniciaremos uma investigação para responsabilizar as pessoas responsáveis pelas ofensas. […] É uma situação lamentável e vamos responsabilizar os criminosos”, afirmou.

A injúria racial está prevista no artigo 140 do Código Penal e estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometer o crime.