PM instaura investigação contra soldado que atirou em jovem

A Polícia Militar (PM) de Arapongas confirmou que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta do soldado que baleou o jovem Emerson Castilho em um bar, no dia 26 de fevereiro deste ano.

De acordo com a PM, o policial permanece trabalhando enquanto uma investigação é conduzida para apurar a conduta do soldado que realizou os disparos.

“É praxe da PM abrir uma investigação sempre que o uso de arma letal ocorre por parte de um de nossos agentes, como foi o caso. Nosso comandante já destacou um oficial que está conduzindo o procedimento de investigação e enquanto isso, o soldado permanece trabalhando normalmente”, informou o Tenente Jefferson Philipe Schelbauer, da 7ª Cia de Polícia Militar de Arapongas.

Emerson Castilho tinha 22 anos e foi atingido por três tiros. O policial autor dos disparos estava de folga em um bar.

De acordo com o relatório policial realizado no dia do assassinato, o rapaz que morreu e um outro homem, teriam tentando roubar um bar que fica na Avenida Siriema. A família contesta a versão da PM.

O advogado Alexandre Aquino, que representa a família do rapaz morto protocolou na última quinta-feira (25) um pedido de abertura de inquérito policial junto a 22ª Subdivisão Policial de Arapongas, para apurar o crime de homicídio por parte do policial militar.

“O inquérito instaurado para investigar o crime já foi concluído e apurou que não há indícios de tentativa de roubo. Porém, a investigação não apurou o assassinato de Emerson por parte do PM. Ele matou um jovem inocente e deve ir a júri popular responder por este crime”, afirmou.

O outro envolvido não ficou ferido e foi detido. Ele está em prisão domiciliar, mas o advogado pretende impetrar um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) por ausência de justa causa, já que o inquérito concluiu que não houve tentativa de roubo.

MANIFESTAÇÕES 

Neste domingo (28) familiares e amigos do jovem morto realizaram pela segunda vez uma manifestação pacífica pedindo justiça. O primeiro protesto aconteceu no dia 14 de março.

Eles contestam a versão da polícia e garantem que Emerson não era assaltante, que era um jovem trabalhador e que sonhava em ser socorrista. “Queremos justiça, ele era trabalhador, quem fez isso tem que ser preso, pois tirou o sangue de um inocente”, disse a tia do rapaz, Meire Castilho.