“É um ato de amor que não é meu”, diz família que acolhe crianças em Maringá

A família da Roseli Gonçalves Mateus faz parte do programa Família Acolhedora há cinco anos e desde então, sete crianças já foram acolhidas na casa dela. Hoje ela está acolhendo duas meninas de 3 e 9 anos de idade. 

Ela relata a experiência de acolher uma vida que está passando por uma situação difícil na família de origem. “É um ato de amor que não é meu”, afirma.

Atualmente, Maringá tem 17 famílias acolhendo 25 crianças e adolescentes. Segundo a Sasc, a cidade tem cerca de 40 famílias aptas a serem um lar temporário.

Durante o período de acolhimento, a família é responsável por todas as necessidades da criança ou adolescente.

“Eu sempre foi uma pessoa que gostava muito de trabalho voluntário e, quando conheci o projeto, me apaixonei logo de cara. Acho que temos muito essa questão de ‘eu amo minha mãe’, ‘eu amo meu irmão’, mas quando temos essa possibilidade de trazer para casa uma criança que você não conhece, nunca viu, não é sua, falei que queria viver essa experiência e me apaixonei, foi algo maravilhoso”, afirmou Roseli. 

Segundo Roseli, em cada caso, é possível acompanhar uma transformação real na vida da criança. Ela conta que a mudança na personalidade e a evolução como ser humano é impressionante. O que demonstra o quanto um lar saudável faz a diferença na formação de uma pessoa.

“Eu acho que faz toda a diferença na vida delas. Teve uma criança que, quando chegou na minha casa, ela só gritava, tinha 1 ano e meio mais ou menos e não engatinhava, só se arrastava. Chegamos a pensar que ela tivesse algum problema de locomoção, mas com o tempo vimos que era apenas questão de estímulo. Hoje ela é uma criança excepcional, a mudança que vimos no comportamento dela foi grande, e acho que é essa mudança que nós, como famílias acolhedoras, podemos proporcionar”, explicou.

Um dos critérios para uma família se inscrever no programa, é não ter o interesse de adotar. Isso porque as crianças e adolescentes são encaminhadas para o programa por medida judicial, porque algo aconteceu ou está acontecendo na família de origem. No entanto, a criança ou adolescente, depois retorna.

O período máximo de permanência no lar temporário é de 1 ano e meio a 2 anos. Roseli conta que é sempre uma despedida difícil. Mas a família já sabe desde o início que precisa se preparar para esse momento.

Para se voluntariar a ser família acolhedora, é preciso preencher um cadastro no site da prefeitura. Depois, a família é avaliada e recebe capacitação.