Com saúde em colapso e 200 mortos por Covid-19, Campo Mourão vai decretar Lockdown

A administração municipal de Campo Mourão vai decretar lockdown de 27 a 30 de maio por conta da situação de colapso total no sistema de saúde em razão da Covid-19.

O município chegou neste domingo (23) a 200 mortos pela doença, o número de casos positivos não para de subir e tanto os hospitais quanto a UPA não tem mais onde colocar pacientes.

As informações são da assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Mourão.

No período do Lockdown, apenas serviços de saúde e indústrias do ramo alimentício poderão funcionar. Supermercados, mercearias e açougues deverão permanecer fechados.

Na próxima semana, alguns serviços essenciais poderão atender, mas com restrições.

As mesmas medidas devem ser seguidas pelos demais municípios da região, conforme decisão tomada entre os prefeitos. 

“Tivemos a pior semana de pandemia e a mais difícil dentro da gestão. Maio já superou o mês de março com quase 1.600 contaminados. Foi preciso emprestar oxigênio, estamos atendendo na UPA pacientes que deveriam estar em leito de hospital. Está um verdadeiro Deus nos acuda. O único jeito é tentar evitar ao máximo a circulação das pessoas, pois o vírus é disseminado por esse contato”, argumentou o secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos.

As medidas foram anunciadas em live na página do município, com participação do prefeito Tauillo Tezelli, do presidente da Comcam, Leandro Oliveira, o prefeito de Araruna, médicos da Santa Casa, Central Hospitalar e UPA.

“Não tem mais ventiladores, não tem mais equipe. Chegou o caos e precisamos da ajuda de todos. Estamos com quase 70 pacientes na Santa Casa e a todo momento o SAMU trazendo mais”, comentou o médico Renato Gibim.

O médico Vinicius Costa, que atua na UPA, disse que a média na semana passada foi de 400 consultas por dia e 70 exames coletados.

“Não estamos dando conta. A população tem que assumir a responsabilidade da pandemia. Dois médicos foram contaminados. Os profissionais de saúde não querem trabalhar nesse setor”, informou o médico.

Ele disse que a UPA está com 25 internados, dos quais 12 em alto fluxo, ou seja, que consomem muito oxigênio, e pelo menos metade necessita de UTI.

“Nunca imaginei que iria passa por isso. Isso é muito preocupante porque a maioria dos que lá estão precisa de hospital”, reforçou.

O prefeito Tauillo argumentou que o município flexibilizou as medidas para atender a necessidade econômica, mas a situação se complicou ainda mais e é necessário tomar providências.

“Temos o apoio dos demais prefeitos da região e dos profissionais da saúde, pois todos estamos no mesmo barco. Sabemos que vamos enfrentar críticas, mas não temos o que fazer”, argumentou.