Polícia Civil explica a ação de ladrões que renderam família e a fizeram de refém em Cruzeiro do Oeste

O delegado de Cruzeiro do Oeste, Isaías Cordeiro, concedeu coletiva de imprensa, em Umuarama, para explicar como foi o caso do desaparecimento de uma família do município.

O delegado explicou como os bandidos agiram no crime de roubo com restrição de liberdade da vítima, que teve início na noite de terça-feira (26) e terminou na madrugada de quinta-feira (28).

Conforme Isaías, dois homens fizeram o roubo de um veículo Fiat Strada na cidade de Mandaguari e levaram o proprietário da picape como refém. Eles seguiam pela PR-323, em direção provavelmente a Guaíra – para atravessar o veículo para o Paraguai – quando se acidentaram em Cruzeiro do Oeste, no trevo de acesso a Tuneiras do Oeste. O veículo e a vítima foram deixados no local.

Os suspeitos entraram em uma rua e acabaram praticando o segundo roubo de veículo, novamente com reféns – desta vez a família moradora em Cruzeiro do Oeste: a mulher de 27 anos, o esposo dela de 33 e duas crianças.

Os criminosos passaram um tempo com a família na residência e depois seguiram em direção a Guaíra com um Corsa e uma motocicleta das vítimas – que tiveram que conduzir os veículos. Através das câmeras de monitoramento da Polícia Rodoviária Federal foi possível confirmar que eles passaram pela ponte Ayrton Senna por volta das 2h40. Depois as vítimas foram levadas para uma casa em Guaíra, que serviu como cativeiro.

A partir de imagens do primeiro roubo, em Mandaguari, a Polícia Civil conseguiu identificar um dos acusados. Trata-se de um homem de 30 anos, que é foragido da Penitenciária Estadual de Maringá. Ele tem antecedentes criminais relacionados com duas ocasiões de tráfico, além de roubo e homicídio qualificado.

A Polícia Civil de Cruzeiro centralizou as investigações, que contaram com apoio da 7ª Subdivisão Policial (7ª SDP) e do grupo Tigre – especializado em casos de sequestro. Segundo o delegado-chefe da 7ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, o helicóptero da Polícia Civil do Paraná também estava acionado caso fosse necessário.

O delegado Isaías conta que a investigação foi estreitando o cerco. Os reféns fizeram contato com familiares e os policiais orientavam como proceder. “Por volta das 22h de ontem [quarta-feira,27] conseguimos receber uma ligação, da cidade de Guaíra, dizendo que a família estava lá. Deslocamos três equipes da polícia civil, duas de Umuarama e uma com comigo e o grupo Tigre”, explica.

Já em Guaíra, as equipes realizaram diversas diligências, mas não conseguiam encontrar a família.

“Imaginamos no início que seria até um blefe, mas depois de mais rondas em Guaíra encontramos a família na rodoviária. Eles aparentavam estar tranquilos e bem, sem machucados e sinais de tortura. A maneira como eles estavam indicava que foram orientados pelos autores a manter a calma”, diz o delegado.

A polícia ainda não descobriu o local onde funcionava o cativeiro. A hipótese é de que outras pessoas estejam envolvidas no esquema. Além dos criminosos que praticam o roubo e levam o veículo, a quadrilha pode ser composta por integrantes em Guaíra (que cuidam dos reféns) e no Paraguai (que recebem os veículos roubados).

As informações são do O Bemdito.