Preço de medicamentos para intubação triplicou por causa da demanda

Na semana passada, o Ministério da Saúde requisitou administrativamente mais de 665 mil medicamentos de IOT, intubação orotraqueal, para um período de 15 dias.

Segundo a informação mais atualizada no site do Ministério da Saúde, “a requisição administrativa é a última opção que a gestão local tem dentro das formas previstas de intervenção na propriedade privada”.

Hospitais particulares de todo o país, que já tinham comprado o produto, não receberam, porque o fabricante teve que destinar os medicamentos ao Ministério da Saúde.

Em Maringá, o Hospital Paraná chegou a comunicar familiares de pacientes entubados que poderia faltar medicamentos e que eles deveriam decidir pela transferência ou não de hospital.

Em entrevista à CBN Maringá, o prefeito Ulisses Maia disse que o Ministério da Saúde tinha voltado atrás e os hospitais particulares conseguiriam voltar a comprar medicamentos.

“O que aconteceu com o Hospital Paraná nós estamos acompanhando. […] Em nível nacional, esses medicamentos estão faltando. Infelizmente, essa é uma realidade do País. Poucos laboratórios estão conseguindo atender a demanda, que aumento demais, e o Ministério da Saúde reteve as compras no Brasil e por isso houve esse atraso na compra do Hospital Paraná, mas já foi liberado”, detalha.

Na saúde pública o estoque atual é suficiente para 10 a 15 dias. Mas a compra não é tão simples assim. O processo pode demorar, os laboratórios não estão dando conta de tanta demanda e os preços dispararam.

Segundo o presidente da Unimed e diretor administrativo do Hospital Maringá, Durval Francisco dos Santos Filho, o preço cobrado neste momento da pandemia chega a ser três vezes maior.

“Numa rotina normal, antes dessa onda de agora, os hospitais tinham estoque sim, porque esses medicamentos são usados em anestesia também. Com o uso excessivo de UTIs e ampliação no número de leitos, o gasto desses pacientes, tanto para sedar quanto os relaxantes musculares, é maior do que no próprio centro cirúrgico. O gasto está além do normal, e os hospitais não estão conseguindo comprar das empresas os medicamentos. Quando você consegue achar, eles triplicaram ou quadriplicaram os preços”, destaca.