Paraná tem alta de 13% no número de mulheres assassinadas, mas vê queda nos registros de feminicídios no 1º semestre de 2020

O Paraná teve alta de 13% no número de mulheres assassinadas no primeiro semestre de 2020. Foram 118 homicídios dolosos de mulheres de janeiro a julho, 14 a mais do que os 104 registrados no mesmo período de 2019.

Os dados são do governo estadual e foram obtidos pelo G1 através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Em todo o Brasil, o número de mulheres mortas em crimes violentos teve um aumento de 2% no número no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Por outro lado, o estado registrou queda de 16% o número de feminicídios, quando o crime é motivado pelo fato de a vítima ser mulher.

Foram 38 crimes classificados como feminicídio no primeiro semestre de 2020, enquanto no mesmo período de 2019 foram 45 registros.

Mulheres assassinadas e feminicídios no Paraná

Número de homicídios dolosos aumentou 13%, mas crimes de feminicídio registraram queda de 16%

Violência contra a mulher

Os dados também apontam queda nos registros de estupros e lesões corporais em decorrência de violência doméstica.

Segundo os registros, foram 13.218 casos de violência doméstica de janeiro a julho de 2020 em todo o estado, 3% a menos do que os 13.579 lesões reportadas no mesmo período de 2019.

Em todo o Brasil, 664 mulheres são agredidas por seus companheiros dentro de casa por dia

Nos casos de estupros, a queda foi de 9%. No primeiro semestre de 2019, foram 601 estupros consumados registrados, segundo os dados. Em 2020, foram 545 casos do crime.

Redução de denúncias

De acordo com a delegada Vanessa Alice, da Coordenadoria das Delegacias da Mulher do Paraná (Codem), a queda no número de casos de violência doméstica se refere a uma diminuição nos registros, em função da pandemia do novo coronavírus.

“Os casos continuam crescendo, mas existe um receio da vítima em fazer isso com o agressor dentro de casa”, afirmou a delegada.

A delegada alerta que os boletins de ocorrência podem ser feitos pela internet, no site da Polícia Civil.

Por outro lado, a delegada afirmou que não há risco de subnotificação nos casos de feminicídio, que também registraram queda. Ela acredita que a diminuição nos casos possa ser resultado de campanhas que alertam para o crime.

“Hoje o agressor sabe melhor a consequência de um crime como este”, afirmou.