Paraná é o estado do Sul que menos perdeu postos de trabalho
O Paraná é o estado do Sul do Brasil que menos perdeu postos de emprego nos quatro primeiros meses do ano, segundo os dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia.
Em razão da pandemia, todo o País foi afetado. Apesar de ter iniciado o ano com a abertura de 17.733 empregos em janeiro e 28.128 em fevereiro, o saldo no Paraná ficou negativo em 22.424 postos de trabalho na soma do quadrimestre. Na região, Santa Catarina teve queda de 31.292 e no Rio Grande do Sul a redução foi de 53.122. As perdas acumuladas em todo o Brasil alcançam 763.232 empregos no período.
Até o momento, abril foi o mês com maior impacto no mercado de trabalho em razão do agravamento da pandemia no País. Em todo o Brasil, foram fechados 860.503 empregos. O Paraná seguiu a tendência nacional, mas mesmo assim apresentou o menor número de demissões em relação aos estados vizinhos. As perdas somaram 55.008 empregos, enquanto em Santa Catarina houve fechamento de 73.111 vagas e no Rio Grande do Sul foram encerrados 74.686 postos.
O bom desempenho do agronegócio e a atuação de alguns setores das 40 atividades consideradas essenciais pelo Governo do Estado, ajudaram a reduzir a queda. “O Brasil vive um momento difícil devido à pandemia, mas as medidas anunciadas no Paraná ajudaram na abertura e manutenção de postos de trabalho”, analisa o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost.
A chefe em exercício do Departamento Trabalho e Estímulo à Geração de Renda, Suelen Glisnki, explica que em relação aos setores que menos sofreram perdas neste começo de ano no Estado, o destaque ficou com a agricultura, que gerou saldo positivo de 482 novos empregos formados.
“Os setores mais afetados neste mês de abril foram Comércio e Serviços”, informa Suelen. Os segmento perderam, respectivamente, 14.387 e 24.407 empregos. “Mas alguns estabelecimentos de telemarketing e supermercados foram na contramão e continuaram contratando, principalmente na capital”, aponta ela.
AGÊNCIAS DO TRABALHADOR – O papel das Agências do Trabalhador mantidas pelo governo estadual foi fundamental nesse cenário. Mesmo com a pandemia e com a paralisação do atendimento presencial, as unidades intermediaram a colocação de 30.727 mil trabalhadores no mercado até maio.
“Por mais que neste período de crise haja um aumento no desemprego, ainda temos muitas empresas disponibilizando vagas pelo sistema das Agências do Trabalhador do Paraná. E agora com a reabertura gradual de muitos estabelecimentos estamos nos preparando para intensificar ainda mais essa atuação”, enfatizou o secretário Leprevost.
MUNICÍPIOS – Mesmo no auge da pandemia, em abril, alguns municípios paranaenses conseguiram manter índices positivos de empregos. Lideram o ranking municipal no mês os municípios de Matelândia (657 empregos gerados), Cafelândia (193), Colorado (187), Santo Inácio (159), Cambará (153), Florestópolis (148), Palotina (116), Marumbi (91), Jandaia do Sul (90) e Jacarezinho com um saldo de 74 empregos gerados.
Os grandes centros foram os mais afetados, com as últimas colocações no ranking municipal, com Curitiba (-18.359 empregos), Londrina (-3.517), Maringá (-3.271), São José dos Pinhais (-2.995) e Foz do Iguaçu (-2.889).
No acumulado do ano, os municípios que mais geraram emprego foram Matelândia, com um saldo de 1.299 novos postos de trabalho, Toledo (1.274), Ortigueira (1.064), Paraíso do Norte (869), Rio Negro (797), Ibiporã (434), Rolândia (411), Ubiratã (355), São Mateus do Sul (353) e Mandaguari (329).
Os mais afetados no acumulado de janeiro a abril de 2020 foram Curitiba (-13.521), Foz do Iguaçu (-3.757), Londrina (-2.986), Maringá (-2.044) e São José dos Pinhais (-1.997).
“Novo Caged” volta a ser divulgado mensalmente
A divulgação do Cadastro de Empregados e Desempregados desta semana foi a primeira do ano. A paralisação se deu devido à mudança da base de dados para o Sistema de Escrituração Fiscal das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
Com a mudança, o cumprimento de 13 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas fica centralizado em um só sistema, aumentando a qualidade da informação.
Uma inovação do Novo Caged é o agrupamento de setores da economia. Até dezembro passado, eram oito: Comércio, Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), Extrativa Mineral, Administração Pública, Agropecuária, Construção Civil, Indústria de Transformação e Serviços. Agora, os dados estarão na mesma divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São eles: Comércio, Serviços, Indústria Geral, Construção Civil e Agricultura.