Governador diz que Paraná vive uma “nova” pandemia

Em entrevista ao jornal Boa Noite Paraná, da RPC, nesta quinta (18), o governador Carlos Massa Ratinho Jr disse que o Paraná vive uma nova pandemia com as diferentes cepas do coronavírus, muito mais virulentas, que aumentam a gravidade da doença muito mais rápido e que atingem todas as idades.

Ele também disse que a capacidade de criar novos leitos no Estado está perto do fim.

“Esse vírus é uma nova pandemia. O vírus está muito agressivo. Não é só o governo. A sociedade precisa ajudar a não aglomerar”, afirmou ele. 

“Nos próximos dias devemos criar entre 200 e 300 novos leitos para Covid-19, mas depois disso não teremos o que fazer mais, porque uma UTI é criada apenas com equipamentos, que estamos com dificuldade de comprar devido à alta demanda em todo o País, mas de medicamentos e principalmente de recursos humanos, e isso não temos mais!”, lamentou Ratinho Jr. “Para você ter uma ideia uma UTI exige pelo menos cinco profissionais”.

O Estado criou desde o início da pandemia, 1638 novos leitos hospitalares para Covid-19. Apesar do colapso no sistema de saúde do Estado, o governador descarta que o Estado determine medidas mais restritivas pelo menos por enquanto.

“Não é uma medida unilateral do governo que vai resolver. Nós temos tomado medidas importantes. Quando em dezembro determinamos a restrição de horário à noite, conseguimos reduzir em 45% o número de acidentados nos hospitais, liberando profissionais da saúde para o atendimento de Covid. Foi uma medida acertada, tanto que vários estados copiaram. Mas nos 10 dias de restrição maior conseguimos só 34% de isolamento, enquanto o ideal seria entre 50 e 55%. Ou seja, o comércio foi prejudicado e não adiantou nada”, afirmou ele. “Só com a colaboração da sociedade tenho certeza que vamos superar esse momento tão difícil”.

Ratinho Jr disse ainda que o Estado não pode determinar uma medida para o estado todo, porque as realidades dos municípios são diferentes: “Não posso determinar um lockdown para Curitiba e para uma cidade de 5 mil habitantes. São realidades diferentes, por isso apoiamos e orientamos os municípios, mas não podemos decidir. O governo vê a floresta com um todo, cada prefeitura tem que cuidar da sua árvore”. 

Ratinho Jr garantiu que o problema de falta de oxigênio é pontual e está sendo equacionado. “Nós temos problemas de cilindros. E nós já conseguimos 200 cilindros com Manaus. Estamos apenas vendo com a Força Aérea o transporte deles. Isso vai aliviar os municípios menores”. 

Na entrevista, ele  também disse que o governo conta uma reserva técnica de medicamentos necessários para os doentes de Covid-19, como relaxantes musculares e anestésicos para entubar: “É um problema do Brasil e do mundo. Nossa equipe está em contato como o Ministério da Saúde e laboratórios para garantir esses medicamentos”. 

O governador afirmou que nos próximos dias deve anunciar novas medidas econômicas para ajudar os comerciantes e empresários prejudicados pela pandemia.