Famílias assentadas doam parte da produção para pessoas que vivem em situação de pobreza, no Paraná

Na zona rural de Centenário do Sul, no norte do Paraná, em um sítio de 12 hectares existe um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ceres Hadich e Diego Moreira são os que cuidam do lote.

Eles plantam de tudo, principalmente hortaliças, sem o uso de agrotóxicos. A produção abastece a família que, além de consumir, vende parte da produção. A outra parte do que sai da terra, eles doam para quem precisa.

A produtora Ceres Hadich conta que as doações já eram frequentes, mas a pandemia da Covid-19 intensificou esse trabalho que, aos poucos, foi ficando cada vez mais organizado.

Os pequenos agricultores criaram metas, e os prazos para a entrega ajudaram a garantir grandes remessas.

“A gente se sente mais humano. Espero que nessa pandemia nós possamos sair mais humanos, mais solidários e com mais empatia”, diz Diego Moreira.

Também em Centenário do Sul, existe um Centro de Produção de Alimentos Saudáveis, de três hectares. Metade do que é produzido, vai para doação.

Devanir da Silva vive no acampamento há sete anos. “O pessoal fica mais alegre e começa a praticar a solidariedade”, conta o assentado.

Tudo é produzido sem agrotóxico, e o acampamento está perto de conseguir a Certificação de Produção de Alimentos Orgânicos.

O padre da cidade, Marcos José dos Santos, acompanha as entregas. A igreja tem um papel importante para informar aos Trabalhadores Sem Terra, quais são as famílias que mais precisam de ajuda.

“Estão partilhando aquilo que tem. Esse é o caminho, para fazer com que muitas coisas na realidade concreta vão mudando”, diz o padre.