Vida após a geada: Cocari realiza evento com produtores de café e apresenta estratégias de recuperação

Neste ano, a exemplo do que ocorreu com outras culturas, os cafeicultores enfrentaram diversas intempéries ao longo dos últimos meses, que prejudicaram o desenvolvimento das lavouras e, consequentemente, irão trazer reflexos na produtividade do café. Com o objetivo de orientar os cooperados sobre as melhores alternativas no manejo das lavouras diante dos problemas climáticos vivenciados, em especial as geadas, a Cocari promoveu um Dia de Campo no Centro Tecnológico Cocari (CTC), em Mandaguari. O evento aconteceu na última quarta-feira (15), reunindo diretores, conselheiros, superintendentes, gerentes, cooperados, colaboradores da Cocari e representantes de empresas parceiras e de instituições de pesquisa.

Na abertura do Dia de Campo, o presidente da Cocari, Marcos Antonio Trintinalha, ressaltou a importância de realizar o evento para os cafeicultores diante do ano difícil em relação ao clima. “Trouxemos para este evento um dos maiores especialistas em café do Brasil e também algumas empresas parceiras para orientar os cooperados quanto a melhor adubação, os tratos culturais necessários para o cafeicultor alcançar de volta ou o mais rápido possível a produtividade esperada”, comentou.

Durante o evento, os cafeicultores também receberam informações sobre as linhas de crédito que estão disponíveis para aqueles que precisam fazer uma recepa, poda ou esqueletamento para recuperar a lavoura, com prazo adequado, dependendo do caso.

Cocari ao lado do produtor

Jacy Cesar Fermino da Rocha, superintendente de Suprimentos e Assistência Técnica da Cocari, falou sobre a realização do evento. “Hoje estamos na área de cafeicultura no CTC e o objetivo destes eventos é trazer aos cafeicultores da área da Cocari, envolvendo municípios como Mandaguari, Jandaia do Sul, Caixa São Pedro, região de Lidianópolis algumas informações sobre o que podemos fazer no pós geada, o manejo adequado que precisa ser realizado em virtude de as lavouras terem sido afetadas pelas geadas”, enfatizou.

Manejo no pós geada

Um dos participantes do Dia de Campo foi o pesquisador Tumoru Sera, que comentou sobre alguns pontos importantes no pós geada. “O cafeicultor tem que entender que não precisa ter pressa para definir a poda, a planta irá indicar onde precisa ser podada, a que altura deve ser feita a recepa, o corte ou o esqueletamento. Ocorreu uma seca muito forte desde abril e o solo ainda está seco. Recentemente choveu 20 milímetros, mas esse volume não é nada, se evapora em um dia. O café que queimou mais é justamente o que estava mais carregado e mais malnutrido, inclusive com sistema radicular deficiente”, frisou.

“O tronco pode estar verde se for descascado, assim como o ramo lateral, mas não irá brotar, mesmo após cinco meses, porque a gema está dormente. O que fazer neste caso? Em vez de usar hormônio de brotação, eu usei macro e micronutrientes. O adubo foliar é absorvido pela casca e não só pela folha. Então, a ideia é usar pouca coisa, porque como vai estar esqueletado ou podado, é necessário aplicar até seis vezes, com intervalo de três a quatro dias, até começar a brotar 70% do ramo lateral produtivo ou pelo menos um broto no tronco principal para recuperar a planta inteira. Geralmente, com 20 a 30 dias já começam a sair os primeiros brotos laterais ou ortotrópicos verticais”, recomendou o pesquisador.

Reportagem publicada na 371ª edição do Jornal Agora. Com informações da C7 Comunicação.