Velho problema

O Cadastro Geral de Empregos (CAGED), divulgado esta semana, mostra que a cidade de Mandaguari sofreu pouca variação na geração de empregos no mês de junho. De acordo com o relatório, houve 250 admissões e 262 demissões no período, saldo negativo de 12, puxado pela indústria.

Para quem acompanha esses números, divulgados mensalmente pelo Ministério e Secretaria Estadual do Trabalho, foi uma variação quase insignificante, se olhados outros meses.

Desde janeiro, a cidade possui um saldo positivo de 324 vagas (2.097 contratações contra 1.773 desligamentos). Olhados somente os últimos 12 meses, saldo positivo também, de 291 empregos gerados.

Esse saldo poderia ser até maior não fosse um crônico e histórico problema, a falta de mão de obra qualificada. “Temos vagas muito difíceis de preencher, onde não existe a formação necessária, apesar da grande procura que recebemos diariamente”, explica Claudete Velasco, chefe local da Agência do Trabalhador.

Por outro lado, a mesma agência enfrenta uma enorme dificuldade em recolocar no mercado pessoas com menos estudo, e por consequência, menos qualificação profissional.

Região

Ao abrir os números de forma regional, constata-se algo parecido. Nas cidades de Jandaia do Sul e Marialva, o saldo do ano também é positivo, em uma tendência de recuperação lenta da economia.

Marialva, por exemplo, está com saldo de 364 empregos positivos no acumulado desde janeiro, porém com desaceleração em junho, com saldo de apenas 3 colocações.

Jandaia do Sul, por outro lado, está com saldo de 84 empregos no ano (1.269 admissões e 1.185 demissões). Em junho, o município também fechou o período com 3 empregos de saldo, ou seja, 137 x 134.

Haitianos

Não existem estatísticas ou números precisos divulgados, mas a população de imigrantes haitianos cresce cada dia mais no país, e na região, por consequência.

Boa parte desses trabalhadores, por não fazerem distinção de emprego, consegue uma colocação rápida. “A maioria deles chega aqui com nível superior, alguns falando de três a quatro idiomas, e sem escolher emprego, o que é um diferencial”, relata uma fonte ligada à Agência do Trabalhador.

O fato de o Real, moeda brasileira, ser muito valorizado frente à moeda daquele país, também se torna um facilitador, já que os imigrantes “topam qualquer serviço e qualquer salário”, explica.

Em Mandaguari, por exemplo, a GT Foods, abatedouro localizado no eixo Maringá – Paiçandu, recruta dezenas de trabalhadores mensalmente, a maioria pessoas imigrantes do Haiti, apurou a reportagem.

*Reportagem publicada na 312ª edição do Jornal Agora