“Tecnologia e Mudanças – Evolução vertiginosa da Humanidade após momentos difíceis”

“Ao analisarmos os grandes saltos do desenvolvimento humano, notamos que estas evoluções ocorrem depois de grandes crises que afetam a humanidade, senão vejamos:

Da mesma forma, ao voltarmos ao século XVIII, verificamos que a Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações econômico/sociais, que teve início na Inglaterra e levou à substituição das ferramentas e das produções manuais pelas máquinas, ou seja, a produção deixou de ser artesanal para ser mecânica e em alta escala. A referida Revolução Industrial foi a base para o início da concentração das pessoas nos centros urbanos, e o desenvolvimento da industrialização tornou-se fator, até hoje, utilizado para classificar os países entre desenvolvidos ou em desenvolvimento, pois o nível de industrialização é uma das maneiras de avaliação.

Uma enorme ruptura global foi ocasionada pela deflagração da Segunda Guerra Mundial que destruiu nações e dizimou entre 70 a 85 milhões de pessoas ou, aproximadamente 3% da população mundial, então estimada em 2,3 bilhões de pessoas.

Após o término da Segunda Guerra Mundial, foi necessário reconstruir o processo econômico mundial para que as pessoas pudessem subsistir, uma vez que as economias foram destruídas e muitas pessoas pereceram de fome, por perseguição ou porque o foco era suprir o front de alimentos e demais itens necessários no conflito.

Observamos que, após a Segunda Guerra Mundial, houve um grande salto de desenvolvimento com crescimento econômico concentrado nos denominados países então desenvolvidos, e a entrada de novos players que dispunham de abundância de mão de obra e custos baratos, onde em busca do lucro a qualquer custo, os processos produtivos foram sendo concentrados em alguns poucos países, fato que demonstrou ser causador de riscos aos suprimentos. Agora verificamos que precisamos não só diversificar fornecedores, mas sim países de origem para termos segurança de suprimentos dos mais diversos produtos.

Finalmente chegamos ao momento atual em que enfrentamos uma nova ameaça denominada COVID-19, tardiamente classificada de pandemia pela OMS – Organização Mundial da Saúde, e cujos custos em perdas de vidas são absurdos e ainda, está devastando a economia mundial, fato que causará enorme destruição na sociedade entre outros, em itens básicos e essenciais como a saúde e renda das pessoas. Sabemos que precisamos sobreviver à pandemia e depois necessitaremos de condições dignas para manter a vida que seguirá.

Nesta escalada, temos um dos fatores determinados pelas autoridades sanitárias que é, a obrigatoriedade do isolamento das pessoas, e com isso, temos um novo paradoxo:

Como podemos agir, respeitando o necessário distanciamento físico, e ainda assim aproximar as pessoas?

Para responder a essa questão, vemos agora em pleno desenvolvimento, a quarta onda que é a revolução tecnológica, e esta mudança que estava em andamento, vai se acelerar muito e veio para ficar. O que temos verificado neste período de pandemia, é que neste primeiro momento, substituímos as reuniões presenciais por reuniões virtuais com resultados positivos em efetividade, brevidade e agilidade decisória, onde em salas virtuais com multiparticipantes, podemos ver e ser vistos, ouvir e ser ouvidos, portanto, os participantes têm oportunidade de se posicionar e interagir, assim como ouvir diversas opiniões, fato que é fundamental para termos informações necessárias à tomada de decisões.

Este é apenas um exemplo, e gostaria de citar a experiência recente na Cocari, onde a Reunião de Apresentação do Resultado Trimestral, envolveu todos os Gerentes da Cocari do Paraná e  do Cerrado Brasileiro, neste caso, Goiás e Minas Gerais,  cada um no seu local de trabalho, e através de plataforma de imagem e voz, cada um pôde, virtualmente, apresentar para seus pares o desempenho de sua área, as medidas tomadas, ameaças, acertos e melhorias implementadas, sem a necessidade de locomoção e encontro físico como até então era usual, portanto, com menor custo para a cooperativa, menor risco para as pessoas e maior efetividade, ou seja, a reunião foi positiva, com o pleno atingimento dos objetivos propostos.

O que determina o sucesso de uma iniciativa, é exatamente a resposta de diversas perguntas, entre as quais destacamos: que para a realização de uma reunião virtual devemos avaliar tecnologicamente:

  • A realização é factível?
  • Tem menor custo?
  • Tem menor risco?
  • Envolve as partes interessadas e possibilita que possam interagir e se posicionar?
  • O ambiente, o debate e os fundamentos são seguros o suficiente para a tomada de decisões?
  • As informações são suficientemente claras e se prestam para esclarecer?
  • O processo é eficaz e o resultado satisfaz?

Como tenho afirmado sempre, primeiro precisamos preservar as vidas que são sagradas, porém precisamos avaliar as mudanças que surgem em momentos de grandes desafios.

Se estas mudanças serão ameaças ou oportunidades, depende daquilo que faremos para nos adequarmos a elas, porém não podemos deixar de lembrar o provérbio oriental que define:

“Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes…”

Que saíamos todos fortalecidos destes tempos difíceis.

Muito obrigado!”

Vilmar Sebold é presidente da Cocari