Tarifa Zero já gerou R$ 12 milhões de economia

O acordo celebrado entre moradores de Mandaguari e a concessionária Viapar fez a população mandaguariense economizar aproximadamente R$ 12 milhões em 25 meses. Os números foram repassados pela própria empresa, que administra a praça de pedágio localizada entre a cidade e Marialva.

Em uma média de 12 meses, a Viapar calcula que ocorrem 25 mil passagens por mês por aquilo que é identificado como pista rápida, ou seja, veículos que se utilizam de tags e devidamente cadastrados com placas locais. Isso equivale a 12,5 mil viagens (ida e volta), ou seja, mais de 400 veículos que se utilizam do trecho diariamente.

Por outro lado, ocorrem 14 mil usuários que estão cadastrados, passam pelo “asfalto”, porém com pagamento em dinheiro, utilizando-se do limite de 10 passagens por mês. Ao todo, são quase 250 motoristas que se utilizam diariamente desse dispositivo. Somando-se aos tags, 650 veículos emplacados em Mandaguari, cruzam diariamente a praça.

Terra Roxa

A estrada rural que ficou “imortalizada”, primeiro como o ponto de discórdia entre população e Viapar, e posteriormente, símbolo da conquista da tarifa zero, no levante que ficou caracterizado como MTZ (Movimento Tarifa Zero), é usada atualmente por 36% dos usuários.

Pelos números, a cada três veículos que cruzam a região, dois se valem da praça de pedágio, e um passa pela rota alternativa, onde uma cancela é aberta para carros com placas de Mandaguari e Marialva.

De acordo com o mesmo levantamento, são 22.400 passagens por mês pelo local, somente de mandaguarienses, o que equivale a 370 viagens diariamente no trecho, que é paralelo ao pedágio.

ARD

Até a celebração do acordo entre Mandaguari e Viapar, em abril de 2017, a Agência Regional de Desenvolvimento era responsável por administrar o cadastramento de veículos que comprovadamente se utilizavam do pedágio ao menos três vezes por semana.

“Foi uma luta para a época, mas é o que tínhamos disponível”, lembra o empresário Charles Moia, então presidente da ARD, e membro da diretoria atual. Na ocasião, além dessa bandeira, a entidade encampou a luta pelo fim do pátio de manobras e a construção do contorno rodoviário, possíveis durante o mandato do então prefeito Cileninho (PP).

Com o acordo, tanto Prefeitura Municipal quanto Viapar, e até a Associação Comercial de Mandaguari, pediram que a ARD permanecesse responsável pelos cadastros, o que ocorreu.

Empossado presidente ao final de 2017, Orivaldo Siquinelli, que também participou do MTZ, assumiu a responsabilidade e fez um novo cadastramento no início de 2018, solicitado pela concessionária. “O número de veículos caiu de 8 mil para 3.800. Se recadastrou só quem realmente utiliza”, explica.

Outra decisão na ARD foi abrir mão de um convênio que havia com o município. O que mantém a entidade é o valor das atualizações cadastrais. “É muito complexo e trabalhoso, uma responsabilidade que ninguém quis assumir e que nos coube”, justifica.

Cadastros

A atualização cadastral de 2019 completou um mês essa semana. Ao fechamento desta edição, mais de 2 mil usuários já haviam feito o recadastro, solicitado anualmente pela concessionária.

Por ainda restarem outros quase 2 mil para passarem pelo mesmo processo, a entidade conseguiu a prorrogação do prazo para até 15 de junho, quando haverá um novo plantão de atendimento.

Até lá, todos os proprietários de veículos locais devem procurar a ARD com documentos pessoais, do veículo, e recolher uma taxa de R$ 23,00. “Eles nos avisaram que a partir de 1º de junho vão cobrar tarifa cheia de quem não estiver recadastrado”, alerta Wagner Guiraldeli, tesoureiro da ARD.

Diante das reclamações de alguns usuários quanto à cobrança da tarifa, Siquinelli se posiciona: “São poucos que reclamam, porque não entendem a dimensão da conquista. É uma enorme responsabilidade cuidar de todo esse cadastro. O valor é menor do que três passagens em tarifa cheia. A prestação de contas está disponível para quem quiser conferir a lisura com que é feito o trabalho”, finaliza.

*Reportagem publicada na 304ª edição do Jornal Agora