Sanepar promete investir R$ 43 milhões nos próximos dez anos em Mandaguari

A qualidade dos serviços prestados pela Sanepar a Mandaguari virou motivo de discussão no ano passado, quando durante a ampliação da rede de abastecimento no município ocorreram diversos e longos cortes no fornecimento de água. E o assunto voltou à tona em 2019, quando a empresa anunciou reajuste de 12,13% na tarifa.

Renovação ou rescisão

Fatos postos à mesa, o debate formal sobre renovação ou rescisão de contrato começou a acontecer. No dia 29 de maio foi realizada uma reunião no gabinete do prefeito Romualdo Batista e que contou com a presença de vereadores, sociedade civil organizada e gerentes da Sanepar.

A Companhia alega que tem contrato de concessão até 2032, porém o município contesta a validade do suposto documento. No encontro, a Sanepar propôs renovação até 2049 – mais 30 anos – e se comprometeu a investir R$ 43 milhões nos próximos dez anos.

Caso o contrato seja renovado, a Sanepar pretende estender a cobertura da rede de esgoto para 75% das casas do município até 2020. Atualmente, 67% da população é atendida pelo serviço. Há também planos para a construção de uma nova estação de tratamento biológico e um novo ponto de captação de água no Ribeirão Dourados.

Autarquia

Paralelo ao debate sobre renovação, um grupo de moradores ligados ao Tarifa Zero discute a implantação de uma autarquia municipal de águas. Com isso, a cidade não teria mais ligação com a Sanepar e gerenciaria por conta própria fornecimento de água e esgoto.

O grupo que defende a proposta já visitou Juranda e Ibiporã, cidades onde há autarquias já consolidadas. A estimativa é de que, caso ocorra transição para autarquia, o planejamento leve pelo menos cinco anos.

Municipalizar a gestão de água e esgoto, no entanto, não deve ser tarefa fácil. Em Andirá, que fica no Norte Pioneiro, a Sanepar levou até mesmo os registros e banco de dados quando deixou a concessão, deixando uma missão ainda mais árdua para a gestão pública.

Reunião

Um novo encontro deve ser realizado em breve para debater o assunto. A ideia é reunir novamente dirigentes da Companhia, poder público e sociedade civil organizada em um encontro aberto para colher ideias.

O local para a reunião ainda não foi definido, mas a audiência está prevista para 27 de junho. A partir disso, esperamos novos desdobramentos na questão. De qualquer forma, o debate pode ser longo e não deve ser concluído ainda este ano.

*Reportagem publicada na 305ª edição do Jornal Agora