Romagnole cresceu 36% em 2019

Que balaço a gente pode fazer dessas quase seis décadas de Romagnole?
Até pode não parecer, mas toda empresa é um organismo vivo. Ela precisa evoluir, estar sempre melhorando sua linha de produtos, e num crescimento orgânico a gente tem sempre que se desafiar. Eu acho que o que tivemos esse tempo todo foi a grande habilidade de nos desafiarmos, de melhorar não só o que fazemos, mas acompanhar o mercado pra saber quanto mais nós podemos evoluir e quais oportunidades podemos ter. 
Nós temos um propósito muito claro, de levar continuidade e a qualidade da energia, e quando você coloca um propósito tão grande, te abre um leque de oportunidades e de serviços ou produtos que a gente possa desenvolver. Em cima disso e com a filosofia muito clara que vem lá dos fundadores, de ética, segurança, qualidade, nós conseguimos construir ao longo dos anos uma empresa que está sempre mudando, se adaptando e inovando. Não é simples, não é fácil, não é barato, mas é a nossa busca constante.

A Romagnole tem planejamento de faturar R$ 1 bi em 2020. O cenário econômico é favorável a essa meta?
O planejamento pra alcançarmos esse R$ 1 bilhão foi feito há cinco anos, então nós estamos há um bom tempo construindo isso. No ano passado consolidamos a Avmaq Ferragens, Concrefort, e consolidamos a Acron, que é uma nova empresa do grupo. Somando, são mais de 20 CNPJs, isso tudo buscando alternativas e melhorias. Estamos conseguindo. Falei que no ano passado nossa meta era crescer 24%, e crescemos 36%, o que foi bem representativo. Pra alcançarmos o faturamento desejado, temos que crescer mais 17% esse ano. 

O crescimento de 36% foi o maior dos últimos anos da empresa?
Foi muito representativo. Temos que lembrar que a base estava baixa, e quando digo isso, é que o ano de 2018 foi bastante difícil pra nós, então olhamos sempre faturamento e resultado financeiro. Foi em termos de lucro um bom ano, mas os desafios são diferentes. 
A gente percebe um foco muito grande na energia solar. Ela contribui muito com o crescimento do grupo?
Hoje ela tem contribuído. Nós fomos pioneiros no Brasil no processo de estruturas fixas tanto para solo quanto pra telhado. O que estamos colhendo hoje vem dessa base, e a construção da Acron ajuda nesse processo. O faturamento da companhia inteira não representa tanto, mas é um mercado adjacente, algo novo. 

Energia solar pode se tornar o carro chefe da empresa no futuro?
É um produto importante. Estamos criando outros produtos tradicionais. Estamos criando mais produtos pra energia solar. É uma tendência, uma tendência forte. Hoje não existe taxação nesse mercado, mas há um movimento do Congresso nesse sentido. Se taxar, o processo para, ou desacelera. A energia solar é limpa, está ficando barata, é eficiente. Quem coloca tem muitos benefícios, só que nós podemos passar por algum problema no futuro. 

E quanto à economia do Brasil? Percebemos recuperação, mas o que podemos esperar pra este ano?
Eu acho que a boa vontade do governo existe, os princípios são bons, mas a execução é lamentável. Quando você vê o próprio ministro da economia se metendo em assuntos que não são de economia…. Confunde a gente. Estamos num caminho positivo, mas em política existe um grande número de pessoas jogando contra e isso segura um pouco o processo. Acredito que podemos ter um crescimento robusto de até 3,5% no PIB [Produto Interno Bruto] esse ano. 

Nesse cenário, voltando a falar de Romagnole, há perspectiva de mais contratações?
Sim, mas com cuidado. Em 2018 fizemos alguns movimentos que não foram interessantes. Contratamos muito pra uma subida forte, e essa subida não se manteve, caiu quatro, cinco meses depois. Ficamos extremamente chateados com isso, porque são pessoas envolvidas, cria-se uma expectativa, foi desgastante. Agora temos muito mais cuidado. Queremos contratar, mas tem que estar sólido pra avançar. Já passamos de 150 contratações e devemos ampliar isso, porque é a demanda que estamos tendo. Mas depende da continuidade da economia. O que me preocupa é o retrocesso da China, com a questão do coronavírus, e ela impacta o mundo inteiro na economia. Mas no geral estamos bem otimistas.