Reflexões sobre nossas atitudes – Parte 2

A coluna semanal do presidente da Cocari, Vilmar Sebold, abordou, durante a última semana, atitudes essenciais dos líderes, indicadas por Peter Drucker, estudioso conhecido como “Pai da Administração Moderna”. Confira nesta terça-feira (28) as considerações do presidente da cooperativa a respeito das quatro últimas atitudes listadas por Drucker.

Segundo o “Pai da Administração Moderna” – Peter Drucker, há 8 Atitudes Essenciais dos líderes:

  1. Perguntar sobre as providências a serem necessariamente tomadas;
  2. Buscar coisas certas para a empresa;
  3. Ter um plano de ação claro;
  4. Não fugir das responsabilidades;
  5. Ser um bom comunicador;
  6. Ter foco em oportunidades, não em problemas;
  7. Transformar as reuniões em acontecimentos produtivos;
  8. Usar o pronome pessoal “NÓS” e evitar o “EU”.

Na Quinta Atitude, vemos a necessidade de “ser um bom comunicador” e, neste quesito, gostaria de destacar dois aspectos: 1) Existem grandes oradores cujo comportamento pessoal retrata aquilo que pregam, porém, existem outros tantos cujos exemplos e atitudes são o oposto daquilo que apregoam, portanto, falam o que os outros devem fazer e eles mesmos não fazem, por isso, caem em descrédito, e muitos são ridicularizados. 2) Existem ainda bons comunicadores que não conseguem se expressar verbalmente por diversos fatores, porém, suas atitudes e comportamento são exemplos de tal magnitude que arrastam as pessoas mesmo sem nada dizer. A grande verdade nesta questão é que não adianta as pessoas falarem e orientarem as outras sobre comportamentos e atitudes que elas mesmas não seguem ou cumprem. “Não temos o direito de exigir de outros, o comportamento que não temos”.

Na Sexta Atitude, encontramos a questão do “ter foco em oportunidades, não em problemas” e, neste aspecto, tenho como linha de raciocínio de uma vida de mais de 40 anos dedicados ao cooperativismo, que oportunidades e ameaças são duas faces de uma mesma moeda e vai brilhar aquele lado que você mais lustrar. Nosso país é pródigo em inseguranças jurídicas, econômicas, políticas, tributárias, trabalhistas etc., e exige de todos nós, constantemente, grande capacidade de adaptação (resiliência). Honestamente, ao longo de minha jornada profissional, não lembro um ano em que tenhamos começado e terminado sem que houvesse mudanças nas regras legais ou econômicas do país. Importante lembrarmos que estas mudanças geram insegurança, aumento de custos e burocracia exagerada.

A Sétima Atitude apresentada por Drucker não poderia ser mais atual em tempos de comunicação, encontros e reuniões virtuais: “transformar as reuniões em acontecimentos produtivos”. Em função das restrições necessárias ao enfrentamento da pandemia, descobrimos que as reuniões virtuais podem ser até mais produtivas do que aquelas presenciais. Nas reuniões virtuais, não existem conversas paralelas, o foco é no assunto e a objetividade  é predominante e, além disso, reduzimos custos com viagens, hospedagens e alimentação etc. Neste quesito, estamos evoluindo de forma vertiginosa, com novos recursos tecnológicos e inúmeras oportunidades. Realmente, como dito em diversos comentários de analistas, tudo aquilo que puder ser digitalizado, o será. Quando poderíamos imaginar que um médico faria uma consulta virtual falando, ouvindo, vendo e sendo visto por seu paciente? Ainda estamos comprovando a oportunidade de termos agora a opção de realizar reunião com 50 ou até mais pessoas, onde todos veem, são vistos, ouvem e podem se manifestar.

Assim, chegamos, finalmente, à Oitava Atitude essencial, segundo Drucker: “Usar o pronome NÓS e evitar o EU”. Infelizmente, temos visto muitos exemplos em que é largamente utilizado o “eu” para tudo aquilo que dá certo, mesmo que a pessoa não tenha direito sequer de utilizar o “nós”, onde pura e simplesmente, tenta se apropriar das ideias, iniciativas ou projetos de outros, da mesma forma que quando se enfrenta risco ou confirmação de insucesso destas mesmas iniciativas e projetos, procura-se responsabilizar terceiros: “eles fizeram, fui induzido, não participei etc.”. Nosso grande desafio é promovermos o pronome “NÓS” compartilhando iniciativas, conduções e resultados, sendo éticos e respeitando todas as pessoas envolvidas, para, assim, construirmos uma sociedade mais justa.

Acesse aqui a coluna do dia 21 de julho, em que o presidente da cooperativa tece considerações sobre as quatro primeiras atitudes essenciais dos líderes, indicadas por Peter Drucker.