Questões de lógica em momentos de grande transformação

Acredito que todos nós temos pensado muito em como o momento em que vivemos nos ameaça e é natural que tenhamos medo do Coronavírus,  afinal, é invisível e não sabemos se seremos ou não contaminados, quais as consequências, etc. O que sabemos é que as vidas precisam ser preservadas e as famílias que enfrentaram ou estão enfrentando esta ameaça sentem o estrago emocional e econômico,  quando  não, o sentimento da perda irreparável.  Feitas as considerações iniciais, afinal, onde estão as questões de lógica que precisam ser avaliadas, não só em relação à pandemia, mas também em relação ao nosso futuro??

Vamos lá…

ISOLAMENTO SOCIAL – Primeiro, ninguém quer ser contaminado, porém, parte importante das pessoas também cansou do isolamento social, então, gradativamente, as coisas vão se ajustando e, consequentemente, o isolamento vai afrouxando e aí, vem a primeira coisa da lógica. A questão principal é que no caso das pessoas que testaram positivo, quando o caso não é  grave, voltam para casa, e não foi publicada nenhuma pesquisa que demonstra o quão efetivo é o isolamento  no ambiente familiar… Será que um ponto de contaminação não está exatamente aí?  Quantas casas e estruturas familiares conseguem ter este necessário isolamento?? Este alerta foi dado por um grupo de médicos de Maringá.

Onde as pessoas contaminadas deveriam ficar até cessar o risco de transmissão??

O assunto pode não ser agradável, porém, precisamos refletir sobre ele.

Ainda, quanto custaria um programa de massificação de testes subsidiados??? Não adianta oferecer uma ajuda financeira de R$ 600,00 (seiscentos reais) por 3 (três) meses, se a pandemia  perdurar, as empresas continuarem fechadas e a economia não se restabelecer. A fome continuará batendo à porta e a iniciativa de auxílio foi louvável, porém, está agindo sobre o efeito e não sobre a causa, e isto também precisa ser avaliado e parece lógico.

Depois desses aspectos de saúde sobre um viés de lógica, precisamos também  pensar naquilo que podemos e deveremos fazer no futuro, para assegurar a continuidade das empresas e assegurar condições dignas de vida das pessoas e, parece-me que, neste aspecto, as mudanças serão brutais. A tecnologia aproximará os consumidores de todas as opções de consumo e estes mesmos consumidores farão com que os obstáculos burocráticos e exigências regulatórias sejam revistas e simplificadas, assim, aquelas empresas que não conseguirem se ajustar aos  novos tempos irão enfrentar duros desafios para se manter atuantes e cumprir também com seus objetivos  sociais.

No negócio agro, que é onde estamos inseridos, seguramente, a forma de conduzir as culturas sofrerá drásticas mudanças, para racionalização do uso de recursos  técnicos e sanitários,  afinal,  não teremos espaço para desperdício de produção, uso de insumos e geração de despesas sem que tenhamos a maximização de resultado e isso também é lógico.

Será que o futuro está distante ou já é realidade? O que mudou e está mudando? Vamos lá:

  • Drone pulverizando – Realidade!
  • Sistema de aplicação com identificação fotográfica 360º onde só aplica-se o defensivo ao identificar a praga. Realidade!
  • Sistema autônomo de funcionamento das máquinas – Realidade!
  • Por que transportar água diluindo os princípios, gasto com embalagens e logística. Não é lógico, portanto, ainda não é realidade, porém será repensado.
  • Receituário digitalizado… ainda há desafios, porém, não é lógico manter profissionais fisicamente fazendo o que poderiam fazer de forma digital. Manter o sistema atual é um retrocesso enorme e será corrigido.

Acredito que podemos refletir sobre tudo o que nos cerca e aquilo que não é lógico tende a sofrer mudança, por uma questão de bom senso e óbvio, lógica!

Boa semana!

*Vilmar Sebold é presidente da Cocari