Queda no preço do gás pode não chegar a consumidor de Mandaguari

A redução no preço do quilo do gás de cozinha, anunciada ontem (22) pela Petrobrás, pode não refletir no bolso do consumidor mandaguariense. É a segunda queda anunciada pela estatal em setembro. A primeira, no dia 12 deste mês, não havia provocado alteração no preço dos produtos na cidade.

Revendedores ouvidos pela reportagem contaram que, há duas semanas, houve o dissídio coletivo dos trabalhadores do setor, que impactou o preço do quilo na casa dos R$ 6, repassado em setembro. Por conta desse reajuste, a última alteração no preço do gás de cozinha, anunciada semana passada, não teve reflexo no preço pago pelo consumidor final.

Para Evandro Figueiredo, proprietário de uma revenda de gás em Mandaguari, pode ser que a redução anunciada ontem nem chegue ao consumidor, porque o preço está defasado e os estabelecimentos acabam absorvendo. “Quando há os aumentos pela empresa, não passa na TV, então o consumidor não fica sabendo que o preço subiu, e acaba cobrando a gente quando a Petrobras anuncia a redução. Nos últimos reajustes, fui atrás de fornecedores mais baratos, para conseguir manter o preço em conta”, afirma.

Gás ficou mais caro mesmo após corte de preços nas refinarias

O preço do gás de cozinha registrou uma alta na média nacional de 1,2% na última semana. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o botijão passou de R$ 111,91 para R$ 113,25. O aumento vai em contramão ao corte da Petrobras de 4,7% dos preços do gás nas refinarias que passou a valer a partir de 13 de setembro.

De acordo com a ANP, já é a terceira semana consecutiva com alta, embora os os dados anteriores demonstrem um aumento relativamente menor do que os coletados após os cortes.

A venda de botijões de gás tem sofrido uma queda nos últimos meses. Foi relatado uma diminuição de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em nota, a associação brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás (Abragás) diz que os compradores finais ainda não tiveram a chance de observar a queda nos preços por fatores externos.

“Possivelmente os consumidores não perceberão redução nos preços, devido ao aumento repassado pelas distribuidoras referente ao dissídio e outros custos operacionais do segmento”, diz a nota.