“Quando eu estava no governo, tínhamos educação de qualidade, aumento de produção e empregos”, diz Roberto Requião

Na manhã desta terça-feira (5), o ex-governador do Paraná e ex-senador Roberto Requião (MDB) concedeu entrevista ao apresentador Júlio César Raspinha, durante o programa Show da Manhã da Agora FM (91,3). 

Na ocasião, Requião comentou sobre uma possível pré-candidatura para 2022, a situação econômica atual devido à pandemia de coronavírus e expectativa para a vacinação contra a covid-19. Confira a seguir os principais trechos da entrevista. 

Júlio César Raspinha: O primeiro assunto é a notícia que circula de que o ex-governador se lançou pré-candidato ao governo do Paraná nas eleições de 2022. Você confirma essa informação?

Roberto Requião: Não foi exatamente um lançamento, saiu uma pesquisa de WhatsApp com possíveis pessoas para ser candidato ao governo do estado e eu faço política em favor da população e me preparei para isso, me chamem que eu vou. A minha candidatura depende do apoio que eu tenha do estado do Paraná. Na crise de 2008 e 2009 nós congelamos a conta da água e energia para que o governo pudesse se recompor, criamos um aval para continuar produzindo alimentos e financiamos tratores para pequenos e médios agricultores do estado, construímos duas usinas hidrelétricas para aumentar a produção de energia, na área da saúde foram mais de 40 hospitais. Construímos uma estrutura que hoje ajuda no combate ao coronavírus e é isso que precisamos atualmente para o estado do Paraná, as contas de água e luz tem subido muito e a impressão que eu tenho é que o governo é só para negócios e aos ricos que financiam propaganda eleitoral. 

Você é um homem estudioso da história. Nós observamos em 2018 uma movimentação do leitor a direita política, mas a eleição americana tirou Donald Trump do poder. Como você acha que o eleitor irá se comportar nas eleições de 2022? 

Eu não acredito que tenha sido uma mobilização do eleitor para a direita. O que houve foi uma decepção com a corrupção da política brasileira. Eu estava no senado vendo como se comportavam os partidos, e é uma verdadeira vergonha, e isso continua funcionando da mesma maneira. Caiu o boato de que a vacina contra a covid-19 será fornecida por empresas particulares e não pode ser assim, porque os mais pobres não irão conseguir vacinar, então está faltando uma visão de governo que se importe com as pessoas, porque eles só estão fazendo negócios e ganhando com isso. 

Como você acredita que a economia vai reagir a partir de agora com o fim do auxílio emergencial?

Irá reagir de uma forma muito negativa. As pessoas ficarão com muitos problemas e não poderão resolver. Nós poderemos ver cenas que aconteciam antes dos governos Dilma e Lula, de multidões assaltando depósitos e fazendas de comida, porque o problema será maior. Eu acho que o governo deveria agir garantindo salário e emprego para jogar a economia para frente. Grandes investimentos nos estados puxam a economia, todo mundo começa a investir porque o estado está investindo. Se falta dinheiro na economia e os salários são miseráveis, a economia não gira, é um erro. O que foi realizado no mundo inteiro para sair da crise não foi realizado aqui.

Sobre o pedágio, esse ano acaba o contrato com as concessionárias. O que você imagina que irá acontecer neste contexto?

Provavelmente eles irão renovar o pedágio. Ele já foi considerado pelo Ministério Público e a Polícia Federal como um roubo, e o Beto Richa já foi preso por isso, e mesmo assim o pedágio continua funcionando. Eu sempre lutei contra isso, mas faltou apoio. Já abri diversas ações contra, mas não consegui ganhar. Todos os aumentos do pedágio foram autorizados pelo judiciário, o Beto Richa tirou todas as ações minhas para que não fosse divulgado. 

E sobre a questão da vacina, a demanda é muito maior do que a oferta. Você acredita que a população brasileira será vacinada durante o ano todo?

O governo não comprou vacina, mesmo com as diversas opções no mercado. Eu estou pronto para tomar porque quero proteger a minha vida e das pessoas ao meu redor. Vamos pensar que tem solução para todos os problemas. Quando eu estava no governo, tínhamos educação de qualidade, aumento de produção e empregos. Agora eu só vejo interesse em campanhas e interesses particulares, uma roubalheira por todo o país. Quero lutar para que isso acabe e restaurar o estado.