Professor quer implantar “Clube do Pensador” em Mandaguari

Encontro para reunir voluntários ocorrerá no Módulo Cultural

Em meio à pandemia de Covid-19, a cultura ficou esquecida em Mandaguari. Agora, com o avanço da vacinação e a diminuição de casos na cidade, um grupo está se mobilizando para que este setor receba a devida atenção. Afinal, nem só de pão vive o homem.

Cultura e entretenimento são essenciais para a vida humana, pois nos permitem aprender, conhecer, se expressar e nos tornam seres críticos e pensantes. As ramificações da cultura são diversas. Há as letras, literatura, música, dança, pintura, artes cênicas e muitas outras.

Foi pensando nisso que o professor Afonso de Sousa Cavalcanti, vice-presidente da Academia de Letras, Artes e Ciências Cênicas Médio-Norte do Paraná, resolveu criar um clube em Mandaguari para unir esses artistas e descobrir talentos mandaguarienses para a arte. Trata-se do Clube do Pensador.

Cavalcanti trabalhou por 42 anos como professor de geografia, história e filosofia, além de lecionar na Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (Fafiman). “Assim como existem dezenas de entidades acadêmicas aqui em Mandaguari e fundar um clube chamado Clube do Pensador, não só para Mandaguari, mas também para cidades da região”, conta.

O objetivo desse “Clube do Pensador” é encontrar pessoas interessadas na cultura e na arte e produzir no município, tornando assim uma cidade que se importa com a cultura e seus talentos.

“Nós estamos procurando pessoas envolvidas nos diversos conhecimentos e nas várias extensões da linguagem. A primeira grande linguagem que nós temos é a fala, a segunda é a escrita, a terceira é a dança, a música, a poesia, a escultura, a pintura, a liturgia e todas as formas de arte. Então nós queremos envolver as pessoas com essas linguagens para fazer parte do clube. Nós não estamos aqui pensando em pessoas que tenham títulos, mas que tenham prática, arte, literatura e ciências”, complementa o professor.

“Só de escritores tem muitos em Mandaguari, muita gente pode ver essa oportunidade para publicar o livro que escreveu. Se esse clube ou academia nascer vai ser ótimo para um ajudar o outro e as coisas irão fluir”, explica.

Segundo Cavalcanti, a falta de incentivo e divulgação da cultura ajudam para que as pessoas que têm interesse fiquem escondidas e se sintam não encorajadas a mostrar seu trabalho e talento, o que é uma pena pois Mandaguari poderia ser um centro cultural referência na região. Afonso diz ser uma pena que as pessoas não liguem e não investem na cultura da própria cidade.

“Um exemplo, a cidade de Toledo com 140 mil habitantes, tem três vezes mais que Mandaguari, mas a cidade é mais nova que Mandaguari, ela nasceu em 1952 e mesmo assim Toledo dá inveja de ver as entidades culturais que a cidade tem. Tem Academia de Letras de Toledo, academia de poesia, dança, literatura e uma série de universidades, é claro. Mandaguari também tem talentos e a Secretaria de Cultura precisa descobrir esses talentos e trazê-los à tona para que eles possam ajudar a sociedade, não podemos guardar o que temos de mais precioso. Não se acende uma lâmpada para que sua luz seja escondida. Quem tem capacidade e talento deve mostrar e por isso é hora de nós mostrarmos a eles”, ressalta.

Por isso será realizada uma reunião cultural que tem como objetivo formar o “Clube do Pensador” em Mandaguari. O encontro será no próximo sábado (11) das 9h às 11h no Módulo Cultural – Cruzamento da Avenida Amazonas com a Rua Padre Antônio Lock, Centro. Todos podem participar.

Afonso falou também sobre como essa entidade irá funcionar. “Toda entidade existente nasce um dia de pessoas interessadas em desenvolver as diversas formas de linguagem e o nosso pensamento é, pensamos que Mandaguari com 75 anos tem muita gente talentosa e capaz de desenvolver essas linguagens e que, com toda certeza, está só esperando um convite para isso. Muita gente tem talento incubado, sem poder colocá-lo para fora e que precisa mostrar esse talento para a sociedade.”

Para o projeto funcionar é preciso da participação e apoio de pessoas interessadas e que realmente querem fazer algo para fomentar a cultura em Mandaguari, finaliza Cavalcanti.

Reportagem publicada na 375ª edição do Jornal Agora