Prefeito assinará decreto proibindo aumento na tarifa da Sanepar

Na manhã desta terça-feira (30), o prefeito Romualdo Batista assinará um decreto proibindo o aumento da tarifa da Sanepar em Mandaguari. O ato contará com a presença dos vereadores. Com a decisão, Romualdo Batista se junta ao time de prefeitos que também se posicionaram contra o aumento. Entre eles estão os representantes da cidade de Londrina, Cianorte, Maringá e Rolândia.

O reajuste de 12,13% já havia movimentado os vereadores da Casa. Na última semana, Hudson Guimarães, representando os parlamentares, se reuniu com o prefeito Romualdo Batista e o secretário de finanças, Hamilton Sampaio, para pedir a agilidade de um decreto que proíba o aumento no município. A iniciativa de publicar o documento foi entregue nas mãos do chefe do Executivo.

 

Histórico

Mandaguari tem um histórico de cobranças por melhorias no serviço prestado da Sanepar e pedido de diminuição nas tarifas. O presidente da Câmara, Hudson Guimarães, é vice-presidente da Frente dos Vereadores Contra a Tarifa Mínima, movimento que debate a cobrança tarifária adotada pela companhia de abastecimento em 2017, que altera o consumo mínimo de dez metros cúbicos para cinco metros cúbicos ao mês.

A alteração implicou aos consumidores o pagamento mínimo de R$ 65,25 para consumo da cota mínima de cinco metros cúbicos – ainda que o consumo real seja inferior ao mínimo, o valor permanece na casa dos R$ 60.

Em março, Hudson Guimarães e Clarice Ignácio Pessoa representaram Mandaguari na audiência pública sobre o tema, realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Mandaguari teve a atenção do público na ocasião quando o presidente usou a Tribuna Livre. “Viemos representar nossa cidade, que assim como outros municípios presentes também paga a tarifa mínima, mas, infelizmente, não conta com a qualidade de serviço exposta por outros aqui”, relatou.

Na sessão ordinária de segunda-feira (22), o vereador Eron Barbiero discorreu, nas suas considerações finais, sobre a expectativa de que a administração municipal não aprove o acréscimo. “Como vereador não admitirei isto, e acredito que os demais vereadores também não”, disse.

Os parlamentares Clarice Ignácio Pessoa Pereira e João Jorge Marques também se movimentaram internamente a fim de pedir a proibição da cobrança por parte do Poder Executivo. 

 

O Aumento

A Agência Reguladora do estado homologou na segunda-feira (15), o reajuste da tarifa de água e esgoto solicitado pela Sanepar. O índice de aumento é de 12,13%.

No ano passado, o reajuste tinha ficado em 5,12%. O pedido de correção deste ano foi encaminhado à Agepar em março. Segundo a Agência, o aumento aprovado é composto pelo reajuste da tarifa e também pela aplicação de parcela do valor previsto na homologação da chamada ‘Revisão Tarifária Periódica’, em 2017. Naquela oportunidade, a Agepar chegou a definir aumento de mais de 25% para tarifa de água e esgoto, escalonado em oito anos. A justificativa era a defasagem provocada pelo congelamento da tarifa de água, entre 2005 e 2010, durante a gestão de Roberto Requião (MDB).

O argumento era de que o congelamento beneficiava os consumidores especialmente os de renda mais baixa. Em fevereiro, o presidente da Sanepar, Claudio Stabile, chegou a armar que a ideia era fazer com que o aumento de mais de 25% fosse aplicado em dois ou três anos.