“Pensei várias vezes em desistir, ao ponto de deitar no chão e perguntar a Deus se aquele era mesmo o caminho que eu deveria seguir”

Quem vê as lindas fotos que Jhones Proenci posta em suas redes sociais, não imagina o quanto ele se arriscou para chegar onde está hoje.
Aos 29 anos e à frente da Proenci Fotografia, o mandaguariense relembra que o gosto pelas lentes surgiu aos poucos. “Trabalhei fazendo serviços externos em um estúdio de fotografia, como cobranças. Como eu não trabalhava diretamente com a câmera, eu não gostava de fotografia, não via graça. Em seguida fui trabalhar na Romagnole, comecei a cursar faculdade de Marketing e foi nesse momento que comecei a me interessar. Eu tirava fotos para a comunicação interna da empresa e senti a necessidade de me aprimorar nessa questão. ”
E foi assim, na cara e na coragem, que Jhones começou como autodidata: comprou livros, revistas e apostilas para se especializar. Aos poucos, novas oportunidades foram surgindo. “Comprei uma câmera e comecei a fotografar eventos junto com um amigo, o Robson. Juntos nós vimos que trabalhávamos bem. Continuei me especializando, participando de cursos e workshops sobre fotografia, pois eu queria melhorar cada vez mais. Eu enfim descobri o que era a fotografia e me apaixonei”, conta.
Em 2013 veio o salto rumo ao desconhecido: Jhones deixou uma empresa em que trabalhava para viver de fotografia. “Saí de um salário fixo e bom para viver de algo que, no início, me rendia menos de R$ 500 por mês. ” A decisão, claro, gerou dúvida e desconfiança das pessoas próximas. “Muitos me chamaram de louco, disseram que fotógrafo não ganha dinheiro e que eu tinha deixado escapar um trabalho bom para algo que não daria retorno. Ainda assim, resolvi continuar e arriscar”, relembra.
Fazer algo que amamos é bom, mas como todo trabalho, tem seus momentos de dificuldade. Com Jhones não foi diferente. “Confesso que já pensei várias vezes em desistir, ao ponto de deitar no chão e perguntar a Deus se aquele era mesmo o caminho que eu deveria seguir. As pessoas têm a impressão que fotógrafo só trabalha aos finais de semana, mas é mentira. Vou dormir muito tarde e acordo muito cedo, pois fico editando fotos e são muitas. Em um casamento, tiramos em média cinco mil fotos. A partir disso selecionamos 800, que tratamos, editamos e deixamos prontas para que o cliente possa escolher qualquer uma e tenha a garantia de que serão fotos boas”, explica.
Quando questionado sobre as dificuldades, Jhones relata que foi muito difícil entender que o dinheiro da empresa pertence à empresa. “Até então, como funcionário, todo dinheiro que passava pelas minhas mãos era meu. Quando se tem uma empresa, é preciso entender que a maior parte do valor é para o caixa e não tem essa de pegar e gastar. A pessoa tem que se organizar financeiramente, pois senão o empreendimento não dura e para falir é questão de tempo”, afirma.
O conselho para quem deseja empreender é ter pé no chão. “Se você está em um emprego fixo e quer seguir outro caminho, tente ao máximo conciliar os dois empregos. Quando o que você ganhar fazendo o que ama for igual ou superior ao salário que você recebe, é hora de se jogar de cabeça no sonho. Dinheiro para investir e movimentar o caixa é importante. Não dá para trabalhar com o que se ama e ignorar o fato que é preciso ganhar dinheiro. São três pontos fundamentais para quem deseja ser o próprio patrão: ser bom em marketing, para promover sua empresa, ser bom em vendas, pois você terá que mostrar para os outros por que o seu produto é bom, e organização financeira. Digo sempre para as pessoas buscarem cursos e se aprimorarem nisso, pois é extremamente importante”, finaliza.
 

* Matéria publicada na 298ª edição do Jornal Agora