Paixão

Meu único vício, desde a infância, é esporte. Nunca fui fumante, jamais experimentei drogas ilícitas, álcool eu consumo como muitíssima moderação, mas em esporte as doses são cavalares, desde olímpicos, com foco principal em futebol, no Flamengo e no Barcelona.

Eu me policio bastante para falar pouco de esporte nesse espaço, mas os acontecimentos da semana me autorizam lembrar acontecimentos pontuais que mudam o nosso destino.

No início dos anos 80, o Flamengo era o grande time brasileiro, ganhando Brasileiros, a Libertadores e o Mundial. Foi quando, de maneira espontânea, virei Flamengo na final do campeonato de 83, vencido sobre o Santos. A partir dali,décadas de sofrimento.

Houve ainda 87, 92 e 2009, as Copas do Brasil, mas sempre com mais transpiração que com talento, muitas dificuldades financeiras, e jamais a repetição dos anos mágicos, que vivenciei bem pouco, já em seu ocaso.

Veio 2012 e uma nova diretoria renegociou dívidas, pagou contas, gastou menos que arrecadava, e em poucos anos colocou o clube no seu devido lugar, de maior arrecadador, com maior torcida, e com uma mentalidade arrojada e vitoriosa.

A história está acontecendo, e mais um capítulo glorioso foi vivido durante a semana, com um massacre sobre o Grêmio, em um Maracanã pulsante por uma torcida ensandecida e apaixonada, pelo clube e por si própria, vide o refrão “que torcida é essa”!

Ainda não dá para saber se o final será feliz, se o time vencerá o Campeonato Brasileiro (tudo indica que sim), se ganhará a América (há grandes possibilidades) e se voltará a encontrar o Liverpool, o mesmo que foi colocado na roda em dezembro de 81.

Só sei que tive uma das semanas mais mágicas da minha vida, uma das noites mais inesquecíveis, daqueles instantes que serão lembrados por décadas, vistos a olho nu. O futebol não se explica. O Flamengo também não. É paixão em estado puro!