O rádio respira

As transformações da mídia seguem em ritmo acelerado, até alucinante, e as discussões sobre quem sobreviverá se acentuam cada dia mais. São empresas que ficam pelo caminho, plataformas que acabam superadas, e segmentos que patinam, enquanto outros “explodem”.
Com as empresas não é diferente. Entram nessa salada as discussões ideológicas e aí a “panela de pressão” fica a ponto de explodir. Mas se existe alguém que sobreviveu a inúmeros decretos de morte, esse é o rádio.
Foi assim a partir da metade do século passado, quando reinava soberano e apareceu a televisão. Considerado morto, continuou vivo, mas claro, em um tamanho menor ao que ocupava.
Nasci e cresci ouvindo rádio e sempre tive verdadeira paixão por esse meio, tanto que me tornei radialista. As noites e finais de semana eram mais saborosos escutando programas jornalísticos e transmissões esportivas.
Pelo rádio ouvia todas as noites, religiosamente, o Panorama Esportivo, das 22 horas à meia noite na Rádio Globo do Rio de Janeiro e me inteirava sobre o Flamengo e o mundo da bola.
Rádio Clube Paranaense de Curitiba, Bandeirantes e Globo de São Paulo, Gaúcha e Guaíba de Porto Alegre, e até a Rádio Nacional da Espanha. Por um aparelho de ondas curtas trazia o mundo para o meu universo.
Veio a internet e a televisão a cabo e a distância das pessoas com relação ao rádio se acentuou. Os aplicativos tornaram essa reaproximação possível, mas é inegável a queda de influência do rádio sobre as pessoas, ainda mais atualmente, em tempo de redes sociais.
Em meio à briga entre Flamengo e Rede Globo pela negociação das transmissões dos jogos do Campeonato Carioca, eis que quem é nossa salvação? Ele mesmo, o bom, velho e imortal “rádio”, com suas transmissões empolgantes e vibrantes. Vida longa ao rádio.