ESPECIAL: DIA DAS MÃES

Neste dia 12 de março, nós da Agora Comunicação, resolvemos prestar nossa homenagem a todas as mamães mandaguariense. Pensamos muito sobre como fazer isso sem cair na armadilha que é partir para o senso comum, falar mais do mesmo, usar frases prontas.

Nosso desejo era um jornal imenso, com muitas e muitas páginas, onde pudéssemos contar um pouquinho da história de cada uma delas, pois toda mãe é uma personagem pra lá de especial.

Queríamos que você, mãe e leitora do Jornal Agora, se sentisse representada nessas páginas, como uma verdadeira homenagem deve ser. Foi difícil, mas demos o nosso melhor para te lembrar de que você é especial todos os dias do ano, até por que mãe não tira férias. (e ainda bem, por que senão perderíamos o rumo!)

Confira a seguir uma entrevista com a vereadora Clarice Ignácio Pereira Pessoa e dois artigos especiais. Convidamos a advogada Josi Viana e a professora Sônia Fachini para compor nosso time. Hoje elas deixarão a leis e as salas de aula um pouquinho de lado para falar sobre outro tema que elas também conhecem bem: a maternidade.

 

Clarice Ignácio Pessoa

Apesar de estar em seu primeiro mandato, a vereadora Clarice Ignácio Pessoa Pereira já conhece muito bem a vida pública. Esposa do ex-prefeito Cyllêneo Pessoa Pereira Júnior, o Cileninho, ela atuou como primeira-dama por oito anos, acompanhando o esposo nos compromissos da vida política.

Mãe de Carolina, Carla e Clara, a vereadora relembra que foi um grande período de adaptação. “Felizmente, sempre pude contar com minha família. Meus pais e meus sogros foram pessoas importantíssimas, me ajudaram a cuidar das meninas nesse período em que meu esposo era prefeito. E ele também é um ótimo pai, sempre fez questão de estar presente, apesar da agenda corrida. Isso fez toda a diferença na criação das meninas”, conta.

Agora, com as filhas maiores de idade, Clarice conta que tem sido menor o impacto do distanciamento para que ela consiga conciliar o cuidado da família com o trabalho de vereadora. “Antes elas eram bem menores, então foi difícil aprender a lidar, mas agora elas estão independentes, entendem melhor tudo o que está acontecendo, o porquê da vida corrida, só que eu continuo presente. Mãe é isso, né? Pra sempre presente, por perto, cuidando, independente da idade do filho”, afirma.

Na carreira mãe, a vereadora é enfática em dizer de onde vem sua inspiração. “Minha mãe. Sou a mais velha de quatro irmãos e apesar de cada um ter seguido seu rumo na vida, devemos tudo o que somos aos nossos pais, sem dúvida. Minha mãe sempre foi pulso firme, passando valores importantíssimos, como educação e respeito e fui assim com minhas filhas também, passando para elas o que é certo e errado.”

Clarice falou ainda sobre a sensação de ser mãe. “Eu tenho muito orgulho das minhas três meninas e sou imensamente grata à Deus por esse dom que ele me deu, de ser mãe. É uma aventura, né? Não existe um manual de como ser mãe, o primeiro filho é sempre um cobaia, onde vamos aprendendo um pouco, mas é sempre uma grande responsabilidade. Mas, ao mesmo tempo é uma bênção de Deus. Existem várias formas de ser mãe e acredito que todas devam ter essa experiência. Seja mãe de sangue ou de coração, é uma benção”, finaliza.

 

Josi Viana

Mãe é tudo igual, mesmo!

Assim como todas as mães, criei muitas expectativas quanto ao desenvolvimento e o convívio com minha filha. Quando percebi que havia algo fora do contexto e veio o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) confesso que chorei e me questionei muito onde eu havia errado, se o problema poderia ter sido o stress na gestação ou a vida corrida e o porquê de não ter percebido antes. Enfim, me culpei, mas jamais me arrependi da decisão de ser mãe.

Com o passar do tempo e o conhecimento sobre o assunto, as culpas e os fantasmas foram se dissipando e o que resta é o eterno aprender e acreditar.

Com muita fé eu sempre espero e vibro com todos os progressos da minha pequena, e estou no constante aprendizado de que tudo tem seu tempo e não adianta querer apressar as coisas. O que foi rápido para outras mães, para mim talvez possa demorar mais um pouco, mas também acontecerá, e assim creio que é com todas as mães que tem filhos com algum déficit, seja o TEA, seja síndrome ou outra deficiência. O que importa são os avanços e as vitórias. Toda mãe é uma eterna torcedora!

Sou mãe de primeira de viagem e há relativamente pouco tempo, mas tempo suficiente para concluir que de fato, ser mãe é padecer no paraíso.

Padecemos nas culpas e nas preocupações. Sim, nos culpamos porque temos pouco tempo para dar atenção, afinal é do feminino ter muitas tarefas e ocupações. Nos culpamos pelas birras, pelos tropeços, pelo excesso de zelo. Nos culpamos por aquilo que nem culpa temos. Mãe é um bicho complicado!

E as preocupações? Ah! Essas são infinitas. Se antes a preocupação principal das mães era como alimentar e criar tantos filhos, hoje nosso maior desafio é como livrar nossos poucos filhos da maldade e da frieza humana.

Ser mãe é sublime. Não tem como descrever o tamanho, a forma e o poder do amor que temos pelas nossas crias! É um amor sem limites, sobrenatural, que transcende a alma e é infinito. Quando recebemos um abraço, um beijo e o reconhecimento desse amor, ah!!! É subir aos céus e encontrar no paraíso na terra!

Mãe é tudo igual mesmo, só muda o endereço! Porque o que todas nós, mães, queremos é uma coisa só: a felicidade dos filhos!

Ser mãe não é fácil, mas se há outra profissão melhor, sinceramente eu desconheço!

Feliz dia das mães e que nunca nos falte força e fé na nossa jornada materna!

 

Sônia Fachini

“Até que a morte nos separe???”

Não! Não é o que parece! Não se trata de príncipes e princesas se unindo num “felizes para sempre”!

Não! Trata-se de uma união inexplicável e incomparável, o casamento mais perfeito que uma mulher pode almejar. Tão perfeito, que ela doa, literalmente, sua carne, seu sangue, seu alimento, enfim, tudo o que for necessário para gerar e suprir essa vida.

É divino! Sim, divino é a palavra para o ato de gestar e dar à luz uma parte de si e que será sua melhor criação, assim como fomos a maior obra de Deus! E Dele verdadeiramente é nossa obra de arte, já que somos apenas um instrumento e a nós foi dado “apenas” o privilégio de conceber tal milagre.

E o casamento continua, com o primitivo choro, com o contato pele com pele, cheiro com cheiro, boca com seio, olho no olho, braços num abraço sôfrego de amor!

E não há, não há o que você não faça para que essa aventura se desdobre em momentos de infinitas alegrias e conquistas, como quando assiste, boquiaberta, ao primeiro sorriso, primeiro balbucio, primeira papinha, primeiros passos, primeiras emoções.

E então começam os medos. Medo de perdê-los para a vida, para a morte, para as alegrias, para as facilidades, para as dores, para outro amor… E você deseja, com todas as suas forças, que nada maltrate ou estrague essa relação.

Então, ser MÃE é tudo isso e mais um pouco! É chorar as dores físicas e da alma mais voláteis que já se viu. É sujeitar-se a aderir a facetas ridículas e hilárias e maléficas, tudo o que for necessário para proteger sua cria e, por vezes, até, torná-lo um ser incoerente, por algum tempo!

Porém, como toda união estável e cheia de mimos, são normais os distanciamentos, as estações frias e sujeitas a chuvas e trovoadas. Os dias cinzentos da relação podem perdurar por semanas, meses e até anos. Porém, toda mãe acredita que, um dia, o sol voltará a brilhar e o universo todo conspirará e respirará totalmente a favor do enlace mais inusitado.

Os anos passam, e a sensação é de um amor que se desdobra, multiplica e de alguma forma vai se aconchegando em nosso ser. É um sentimento tão ilimitado, que cada fase passa a ser celebrada, proclamada, vivenciada, de forma tão gostosa, leve e serena, que só nos resta esperar pela famosa “bodas de ouro”, porque o “felizes para sempre” já é garantido e o “até que a morte nos separe” pouco genuíno, pois, amor de Mãe é para além da vida.