“Ditadura da beleza”

Incrível como as redes sociais vão ditando o rumo da vida das pessoas e determinando seus gostos e costumes. Semana passada, abordei a “gratidão”, expressão “fuleira” que muitos usam, e nem sabem bem por que.

Outro comportamento que tem me chamado a atenção é a necessidade que muitas pessoas têm de se tornarem “perfeitas”, mulheres lindas e esculturais, magras, seguindo um padrão definido pela sociedade.

Há uma necessidade doentia de perda de peso, seja parando de comer, tomando medicamentos de origem duvidosa, fazendo dietas massacrantes, na maioria das vezes, não por questão de saúde, mas para aparecer mais “bonita” na selfie que será postada.

Pratico atividade física diária faz três meses, intercalando caminhada e corrida. Com isso, deixei 5,5 kg pelo caminho. Abandonei refrigerante e energético. Por um período, abri mão de café preto e chocolate. Bebidas alcoólicas, que a vida toda, consumi com muita moderação, foram suspensas por outro motivo, mas estão provisoriamente fora de cogitação.

Digo tudo isso para esclarecer que não tenho nenhuma paranoia com a balança. Trata-se somente de uma mudança de hábito por questões exclusivamente de saúde. Pretendo viver mais e melhor, e se Deus quiser e o DNA familiar se confirmar, ultrapassar a barreira dos 90 anos.

Por outro lado, me deparo com jovens mulheres enlouquecidas com seus pesos, tentando se tornar magras a qualquer custo, e deformando seus corpos por um padrão de gosto duvidoso. “Eu não gosto dessas mulheres esqueléticas. Não tem onde pegar”! Ouvi a frase de um amigo essa semana e tendo a concordar com o mesmo.

*Artigo publicado na 290ª edição do Jornal Agora