Conheça o trabalho da Comunidade do Doutor Osvaldo em Mandaguari

“O hábito da leitura é o melhor presente que você pode dar para seu filho”. É baseando-se nessa frase de Igor Collaro que comunidades e entidades sociais trabalham para que suas crianças tenham acesso à literatura e a cultura de modo regular e com qualidade. E é isso que a Comunidade Social Cristã Beneficente Dr.Osvaldo faz há muitos anos em Mandaguari. 
Seria um sacrilégio dizer que não conhece essa comunidade e nem se dá conta de sua importância para nossas crianças e adolescentes. A Comunidade do Dr. Osvaldo, como é conhecida, atua na cidade há 36 anos (1984) fundada pelo médico Osvaldo Alves com o objetivo de prestar atendimento médico e social para famílias carentes. 
Desde então o seu legado foi passado para Tânia Maria, que antes era seu braço direito e vice-presidente da instituição, que fez e faz um trabalho belíssimo com as crianças e adolescentes carentes. As oficinas foram ampliadas e hoje há literatura, biblioteca, bebêteca, violão, canto, danças como o ballet, street dance e hip hop, esportes como karatê e capoeira, jardinagem, atendimento psicológico para adolescentes e suas famílias e muitos outros projetos, há opção para todos os gostos. 
Tudo isso só foi possível com a aposentadoria de preso político de Dr. Osvaldo, ajuda do estado e doações das pessoas. A vontade de servir e ajudar os desfavorecidos fez com que a comunidade se destacasse não só na cidade, mas também no estado todo, e fez com que muitas vidas fossem transformadas.
O foco da Comunidade sempre foi incentivar o hábito de leitura e gosto pela literatura nas crianças e adolescentes, coisa pouco valorizada hoje em dia, por isso seu trabalho é essencial para a cultura de Mandaguari. Segundo a presidente da Comunidade, Tânia Maria, a grande dificuldade é fazer com que as pessoas entendam o poder de transformação da cultura na vida das próprias, mas o incentivo a leitura em Mandaguari é baixíssimo, ocasionando assim desinteresse tanto na parte de ingressar tanto em doar para a Comunidade. Eles não estão fazendo caridade, mas sim transformando para melhor a vida de seus participantes. 
A Comunidade é um espaço diferenciado na vida das crianças, principalmente aquelas que têm vários problemas sociais, e a imersão no mundo da literatura faz com que ela “escape” de seus problemas e saiba lidar melhor com isso. “Parecia que qualquer jovem com problemas para encontrar seu lugar na vida (…) podia encontrar um lar mais feliz nas páginas de um livro,” Tessa Dare. Sua visão de mundo se amplia e melhora sua comunicação com os outros, sem falar dos inúmeros benefícios de se ler, por isso a importância dos pais em incentivar o hábito em seus filhos. 
“A leitura abre a mente e amplia os horizontes. Quando isso é feito na primeira infância, tudo acontece de uma forma muito mais natural e prazerosa. E é essa geração de leitores que poderá transformar o mundo através da Educação e do conhecimento”, Isa Colli.
Depois de anos de funcionamento a Comunidade conseguiu construir seu espaço definitivo, um enorme sobrado com três andares sendo um deles uma biblioteca com um enorme espaço para as crianças lerem, brincarem e realizarem várias atividades, sala de cinema e sala de informática e um andar específico para os esportes e danças. O lugar possui todo o conforto que elas possam ter e dispõem de milhares de livros e gibis. Em média são atendidas 240 crianças. 
Devido à pandemia do novo corona vírus as oficinas da Comunidade foram prejudicadas e o trabalho com as crianças cortado. Mas nem isso pode impedir que eles continuassem a fazer seus trabalhos, eles inovaram e partiram para um método muito usado neste ano: EAD. Esta “educação à distância” foi feito de uma forma bem diferente, os funcionários preparavam atividades educativas e entregavam para os pais para entreter as crianças durante este período, vídeo-aulas eram organizadas com os profissionais que atendiam na Comunidade, o empréstimo de livros continuou, entre outros. “Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos,” Monteiro Lobato.
O impacto foi grande e a maior dificuldade foi manter o vínculo com as crianças e os pais que estavam mais afastados correndo o risco até de perdê-las. Não se deixando abalar eles criaram um projeto de pesquisa com psicólogos para saber como está a saúde emocional das crianças e adolescentes durante a pandemia. 
Ainda não há previsão de volta das atividades presenciais, mas a Comunidade continuará com seus atendimentos visando o bem das crianças. Para ingressar seu filho na Comunidade, ou fazer uma doação é necessário fazer seu cadastro pelo telefone (44) 3233-4700 ou presencialmente na Rua Ver. João Xavier, 131 – Centro próximo ao Parque da Pedreira. 
“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”. Monteiro Lobato