Briga por drogas motivou assassinato de Vera Lúcia

A morte de Vera Lúcia Silva Martins, 53, foi causada por uma briga por drogas. Testemunhas apontam que ela teve um desentendimento com o autor do crime por conta de entorpecentes, o que levou às vias de fato e depois ao assassinato.

Ao Jornal Agora, o delegado titular da 55ª Delegacia de Polícia Civil de Mandaguari, Zoroastro Nery do Prado Filho, confirmou que ainda está colhendo provas e o inquérito relacionado ao caso deve ser concluído em breve.

Encontrada morta na madrugada da última segunda-feira (3) na Rua Nicola Casavecchia, Jardim Boa Vista, Vera Lúcia era dependente química há anos. Em entrevista, Renata da Silva Martins, filha dela, comentou que há anos a família lutava para afastá-la do vício. “A gente internou ela várias vezes e não resolveu. Ela saía, ficava uma semana em casa, quietinha, e depois voltava tudo de novo”, relata.

Ainda em entrevista, Renata comentou que a mãe se encontrava em situação de rua há algum tempo por conta do vício. Recentemente ela invadiu uma casa embargada no Jardim Boa Vista e passou a residir no local. Para sustentar o vício, Vera Lúcia trabalhava como catadora de recicláveis.

 

Acusado está preso

O acusado de cometer o homicídio – o sexto registrado neste ano em Mandaguari – trata-se de Lucas Lino de Andrade, 22 anos. Ele foi preso ainda na segunda-feira e tem extensa ficha criminal, com passagens por envolvimento principalmente em furtos e tráfico de drogas. No momento da prisão, Andrade causou tumulto e quebra-quebra na delegacia, gerando um princípio de rebelião. Ele continua preso.

 

Polêmica das casas embargadas

Como Vera Lúcia residia em uma casa embargada, o homicídio trouxe de volta aos holofotes a polêmica envolvendo os imóveis abandonados no Jardim Boa Vista. A situação se arrasta desde 2014, quando as unidades habitacionais, construídos em parceria entre Cohapar, Prefeitura e Caixa Econômica Federal, foram interditadas judicialmente.

A interdição ocorreu porque algumas das pessoas que receberiam as casas não preenchiam os requisitos mínimos para integrar o programa de habitação popular para o qual os imóveis foram destinados.

À reportagem, moradores reclamam que frequentemente as casas são invadidas por usuários de drogas e pessoas em condição de rua. As invasões trazem sensação de insegurança à vizinhança.

O município chegou a alocar um guarda para cuidar dos imóveis por algum tempo, porém atualmente alega que não há condições para dedicar um funcionário apenas para aquele local. Algumas das casas já tiveram sua situação regularizada, enquanto outras dependem de acordo entre compradores e Caixa para serem liberadas e ocupadas de forma legal.