2018

Essa semana completa um ano do primeiro turno da eleição presidencial que simplesmente dividiu o Brasil ao meio no ano passado. Faltou muito pouco para Jair Bolsonaro arrematar a fatura de cara, graças ao voto útil que recebeu dos eleitores dos outros candidatos do campo “centro-direita”.

Foi uma eleição completamente atípica inclusive para os imprevisíveis padrões brasileiros. Houve a prisão do ex-presidente Lula (PT), então líder nas pesquisas, a derrocada do PSDB de Geraldo Alckmin, histórico adversário do PT, e claro, a facada em Juiz de Fora.

O acontecimento envolvendo Adélio Bispo e até hoje, não totalmente esclarecido, teve colaboração fundamental no resultado final. O que ocorreria entra nas estatísticas do “se”, ou seja, aquilo que não ocorreu e nos permite apenas suposições.

A verdade é que Bolsonaro entendeu antes de todos a importância das redes sociais, e mais importante, o sentimento da população, e se vestiu de “ante”, apesar de suas quase três décadas de mandato, além dos mandatos dos três filhos.

Bolsonaro é um ser muito inteligente, e sabe também que sua sobrevivência passa por manter a “tropa” alerta. Por isso, mantém sua retórica eleitoral e não desce do palanque, nem vai descer.

O atual presidente não pode jamais ser menosprezado, pelo contrário, foi quem conseguiu tirar a esquerda do poder, algo que o PSDB não conseguiu em quatro eleições. O desafio mudou de lado, e a forma de neutralizar Bolsonaro ainda não está clara.

Seguindo o exemplo de outros ex-presidentes, o atual depende dos rumos da economia. Se o país crescer, navegará rumo à reeleição, mas se a mesma insistir em patinar, não só não se reelegerá, como terá dificuldades de finalizar o mandato. A novela é longa, e todos os dias passa um capítulo diferente.

Costumes, meio ambiente, ideologia, tudo isso está inserido no roteiro e é necessário para prender a atenção da plateia, mas o núcleo central desse folhetim está no bolso e na mesa das pessoas. Se isso ocorrer, a novela terá final feliz, mesmo contra todos os prognósticos.