Vacinação em Mandaguari: Avanços, Desafios e Estratégias

Neste ano, a cidade de Mandaguari tem enfrentado desafios em sua campanha de vacinação pela baixa procura e interesse da população. Wellington Spinosa, coordenador de imunização do município, compartilhou detalhes sobre a situação atual, as vacinas disponíveis, metas de cobertura e os obstáculos enfrentados.

Campanhas em andamento
Mandaguari está atualmente focada em três grandes campanhas de vacinação: contra a poliomielite, influenza e da Covid-19. A vacina contra a poliomielite é destinada a crianças de 1 à 4 anos, enquanto a vacina contra a influenza está disponível para todas as pessoas acima de 6 meses de idade. Já a vacina contra a Covid-19 é oferecida para crianças de 6 meses à 4 anos, além de grupos prioritários como gestantes, puérperas, idosos, pessoas com comorbidades e trabalhadores da saúde. “Há também as vacinas de rotina para toda a população, conforme a necessidade de cada um”, diz ele.

Meta de vacinação e cobertura
Segundo Spinosa, algumas vacinas têm apresentado boas taxas de cobertura de vacinação em Mandaguari. “A vacinação de rotina está com a cobertura mais alta, enquanto a BCG também está bem, com 102%. Por outro lado, a vacina contra varicela está com a menor cobertura, apenas 61%”, disse ele.

Para a influenza, a cobertura está em 40%, mas a campanha ainda está em andamento. Já a vacinação contra a Covid-19 tem mostrado diferentes níveis de adesão: 84% das pessoas receberam duas doses, 50% receberam três doses e apenas 16% tomaram a quarta dose. Ainda não há dados parciais para a campanha de poliomielite.

Gestão de vacinas e distribuição
As vacinas são cuidadosamente gerenciadas para garantir que nenhuma dose seja desperdiçada. “Respeitamos a data de validade do produto e, quando vencem, são descartadas adequadamente”, explicou. “No entanto, algumas vacinas estão em falta ou com distribuição reduzida, embora a maioria seja enviada mensalmente, com pedidos adicionais realizados conforme a necessidade”.

Desafios e resistências
Um dos maiores desafios enfrentados pelo município é a resistência dos pais ou responsáveis em vacinar as crianças, muitas vezes influenciados por fake news e crenças negacionistas. Além disso, a falta de tempo, devido a compromissos de trabalho, também impede muitos pais de comparecerem aos postos de vacinação para se vacinarem e vacinarem seus filhos.

Medidas para reverter a situação
Para combater essa resistência, Mandaguari está realizando campanhas de vacinação em escolas municipais, campanhas aos sábados e atendimentos estendidos na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Centro e nos Cinco Conjuntos. “Estamos fazendo todo o possível para alcançar mais pessoas e aumentar a cobertura vacinal”, destacou Spinosa.

Campanhas e comunicação
As campanhas de vacinação seguem o modelo dos anos anteriores, mas ele aponta uma necessidade de melhorar a comunicação entre o Ministério da Saúde e os municípios. “Muitas vezes somos informados sobre as campanhas em cima da hora, o que dificulta a organização e implementação eficaz das mesmas”, observou.

Vacinação no Inverno
Mesmo com a chegada do inverno, o atendimento nos postos de vacinação continuará da mesma forma, assegurando que todos tenham acesso às vacinas necessárias.

A vacinação é crucial para a saúde pública e é necessária para que doenças, já erradicadas, não voltem a aparecer e fiquem descontroladas novamente. É necessário que a população colabore com isso e atualize sua carteirinha de vacinação e de seus filhos e se informe sobre a eficácia das vacinas.

O mandaguariense doutor Marcos César Valério de Almeida, da área de Cardiologia, conta sobre a importância da vacina na vida das pessoas: “Na pandemia as pessoas não ficavam gripadas porque usavam máscara, se cuidavam e acho que essa prática de usar máscara quando se está doente deveria continuar, as pessoas deveriam se conscientizar e evitar passar essas doenças para as outras usando máscaras e higienizando as mãos”, recomenda ele.

Ele conta também que com a chegada do frio e do inverno pequenos problemas de saúde podem se agravar e virar outras doenças caso não seja cuidado: “Levando em consideração que não se esqueçam da vacinação. Agora para a gripe, para o inverno, nós temos a questão da vacina, que é eficaz e salva vidas sim! E a gripe se não cuidada por virar gatilho para outros problemas, uma gripe aumenta a secreção pulmonar, diminui a ingestão de alimentos e água e aí a hipersecreção acaba virando uma infecção pulmonar, uma infecção de vias aéreas altas, que acaba complicando e gerando outros problemas mais graves como, por exemplo, problemas do coração. Abaixo de 14 graus nós temos um aumento em 30% da incidência de infarto”.

“A gente tem essas questões polêmicas todas criadas por conta da vacina contra a Covid-19, é uma coisa que a gente observa que fez com que muita gente deixasse de buscar outras vacinas. Você citou a vacina da gripe, mas a gente tem dados de que muitas crianças estão sendo menos vacinadas hoje por conta dessas questões.
E entra toda essa discussão sobre a eficácia dessas vacinas, o que é um problema extremamente grave. O sarampo voltou, a poliomielite não está longe, a população está subestimando o risco sobre doenças erradicadas ou que estavam extremamente sob controle. A vacina não machuca ninguém, vacina é para ser tomada, vacina salva vidas! Então fica aqui o alerta, a carteirinha de vacina das crianças tem que estar em dia, as vacinas dos idosos tem que estar em dia. Não subestimem essa situação!”, finaliza ele.