Mandaguari é a 2ª cidade que mais gerou empregos em 2023 na região

Destaque novamente na geração de empregos, Mandaguari fechou o ano de 2023 com saldo positivo de empregos com carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia divulgados neste mês.

Foram 6.318 admissões e 5.740 demissões, gerando um saldo positivo de 578 vagas. Mandaguari foi a 2ª cidade que mais gerou empregos na região da Amusep (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense), atrás, apenas, de Maringá (5.272 vagas).

O setor que mais contribuiu em 2023 para o saldo positivo foi o da Indústria, com 412 vagas, seguido pelo de Serviços, com 99 vagas, e Construção, com 60 vagas. Em seguida aparecem os setores de Comércio, com 5 vagas, e agropecuária, com 2 vagas.

De acordo com Jane, da Agência do Trabalhador de Mandaguari, o crescimento de vagas foi a partir de outubro de 2023. “Para nós esse crescimento nas vagas de emprego foi uma surpresa porque fizemos um levantamento e de outubro pra cá o número de vagas aumentou muito, principalmente no setor da Indústria e Metalúrgica. Em 2023 acredito que as empresas deram uma segurada nas vagas, mas a partir de outubro as coisas foram melhorando e houve uma explosão de vagas. O mercado deu uma acelerada”, conta.

Na Agência do Trabalhador há 103 vagas fixas e a cada semana mais vagas vão sendo ofertadas, a procura de mão de obra está grande. “Atualmente na Agência do Trabalhador de Mandaguari há 103 vagas fixas, porém há outras empresas que não nos passam o número específico de vagas, mas que realizam entrevistas e contratações aqui. Acredito que há mais de 300 vagas disponíveis em aberto.

As principais vagas são na área de produção, tem para todos os tipos de operadores, montadores, movimentador de mercadoria, auxiliares e soldador, somente de soldador temos 50 vagas disponíveis. No momento as principais empresas que estão contratando pela Agência do Trabalhador de Maringá são Romagnole, Aurora, FitaFlex e IABV, todas as semanas essas empresas realizam entrevistas para encontrar candidatos interessados”, explica ela.

Em Mandaguari também há outra agência de recrutamento, a Agência Avante Recruta, chefiada pela psicóloga Simone Figueiredo Favaro. A agência também recebe muitas vagas de emprego toda semana e realiza entrevistas para preencher essas vagas, mas, de acordo com Simone, houve uma diminuição da quantidade de vagas comparado ao mesmo período de 2023 na agência. “Temos percebido uma grande procura por parte das empresas e uma grande dificuldade também pela mão de obra, ou seja, muitas vagas e pouca procura. Porém comparado ao ano passado houve uma grande diminuição, havia umas 90 vagas no mesmo período, e neste ano estamos com mais ou menos 48 vagas”, conta.

As principais vagas disponíveis na Avante, que também tem uma alta procura e rotatividade, são auxiliar de produção, vendedor, doméstica, telemarketing, ajudante geral, gerente comercial, costureira, desenvolvedor de web, soldador e motorista. Além da procura por parte de empresas de Mandaguari, a agência também possui vagas de emprego em cidades da região, são empresas de outras cidades que procuram mandaguarienses para trabalhar.
“Aqui na agência temos um banco de dados com currículos, o que torna tudo mais fácil quando chega novas vagas ou vagas condizentes com o que a pessoa e a empresa procura”, finaliza.

MÃO DE OBRA
Apesar de Mandaguari estar com muitas vagas de emprego em aberto, muitas delas não são ocupadas facilmente por conta de um problema recorrente: a falta de mão de obra, principalmente mão de obra qualificada. “Estamos com muitas vagas e pouca mão de obra, após as festas de começo de ano a procura aumentou e mais pessoas nos procuraram, porém ainda falta mão de obra para preencher todas essas vagas. As vagas mais difíceis de serem preenchidas são aquelas específicas como soldador e serralheiro, são vagas que precisam de especialização e curso técnico e poucas pessoas têm. Ao contrário das vagas de auxiliar de produção, que são as que mais saem na agência, a procura por elas é maior”, explica Jane.

Em ambas as agências, Avante e do Trabalhador, a dificuldade é para preencher vagas específicas. “Estamos com dificuldade para encontrar pessoas qualificadas e especializadas na área, está difícil até de encontrar pessoas para vagas que não precisam de experiência porque muitas têm rotatividade entre empresas porque procuram melhores condições de trabalho”, conta Simone.

Outro fator que pode estar contribuindo para a falta de mão de obra é a alta rotatividade de vagas de emprego, são vagas específicas onde há uma alta rotatividade de funcionários para ocupar a função. “Acho que falta comprometimento da parte das pessoas com relação ao trabalho porque as vagas estão muito rotativas e as pessoas não duram muito tempo em um local, muitas não conseguem se adaptar ao trabalho e por isso as mesmas vagas sempre acabam voltando pra cá. Acredito que um desses motivos é a questão da carga horária e também a falta de incentivo por parte da empresa, muitas não tem nenhum benefício ou incentivo para continuar naquele lugar e às vezes nem mesmo uma segurança ou estabilidade na empresa. Nessa questão as grandes empresas perdem para as pequenas empresas”.

De acordo com Jane, uma solução para isso pode ser cursos e especialização em áreas específicas onde há baixa procura de emprego, porém grande procura de mão de obra. “Que as pessoas procurem cursos técnicos e procurem se especializar para trabalhar nessas áreas específicas porque está faltando mão de obra, faltando pessoas qualificadas para trabalhar e não tem nenhuma procura, nem mesmo para realizar esses cursos. É necessário que as pessoas se adequem ao mercado de trabalho e fiquem atentos a demanda porque isso vai crescer ainda mais e é necessário ter pessoas para trabalhar nessas áreas específicas, se não as vagas ficaram ociosas sem ninguém para preenchê-las”, finaliza ela.

SALDO POSITIVO DE EMPREGOS NA AMUSEP EM 2023
Maringá: 5.272; Mandaguari: 578; Marialva: 256; Colorado: 238; Santo Inácio: 218; Paranacity: 200; Mandaguaçu: 176; Sarandi: 138; Astorga: 128; Nova Esperança: 121; Flórida: 95; Paiçandu: 68; Doutor Camargo: 45; Itambé: 43; Presidente Castelo Branco: 34; Floresta: 21; Santa Inês: 19; Nossa Senhora das Graças: 18; Atalaia: 17; Ourizona: 3; Itaguajé: 1; Ângulo: -1; Uniflor: -6; Ivatuba: -12; Lobato: -12; Floraí: -35; Munhoz de Mello: -45; Iguaraçu: -61 e Santa Fé: -156.

PARANÁ
As Agências do Trabalhador e postos avançados de atendimento no Paraná colocaram 14.763 trabalhadores em empregos com carteira assinada em janeiro, liderando com grande vantagem o ranking de intermediação de contrato de trabalho realizado via Sine (Sistema Nacional do Emprego).

O Paraná foi responsável por 41% dos 35.799 contratos firmados pelo Sine em todo o País. São Paulo (4.398) e Ceará (3.244) aparecem em segundo e terceiro colocados, respectivamente. O Estado também respondeu por 81% dos 18.297 trabalhadores contratados em toda a região Sul nesse sistema. O Rio Grande do Sul intermediou 2.643 contratos e Santa Catarina, 891 trabalhadores.

O resultado obtido pelo Paraná em janeiro deste ano também foi 69% superior ao de janeiro de 2023, quando 8.689 pessoas foram encaixadas em postos de trabalho através das Agências do Trabalhador.