Só 9% dos japoneses apoiam que as Olimpíadas sejam realizadas em julho, aponta pesquisa

A realização das Olimpíadas de Tóquio não tem o apoio da maioria dos japoneses. É o que apontou uma pesquisa realizada no fim de semana pelo Centro Social de Pesquisa e o Mainichi Shimbun. Apenas 9% dos habitantes do país-sede concordam que os Jogos de Tóquio sejam realizados como programados, entre 23 de julho e 8 de agosto.

Por causa da pandemia do coronavírus, 32% dos japoneses acreditam que as Olimpíadas deveriam ser canceladas. Adiar novamente os Jogos é a solução para 17% dos entrevistados. Realizar os jogos sem torcedores estrangeiros é a resposta de 21%, enquanto 15% não querem ninguém nas arquibancadas. Apenas 6% responderam que não sabem.

Na contramão da pesquisa, o Comitê Organizador dos Jogos confirmou nesta segunda-feira que o revezamento da tocha olímpica vai ser iniciado no dia 25 de março na cidade de Fukushima, como previsto. A cerimônia de início do revezamento não vai ser aberta ao público, assim como o início da passagem da tocha.

– O Comitê Organizador está empenhado em garantir a segurança do revezamento da Tocha Olímpica de Tóquio, tomando medidas para evitar a propagação de qualquer infecção entre os espectadores, portadores da tocha, funcionários e outros participantes do revezamento, bem como residentes locais – afirmou em nota o Comitê Organizador.

CEO dos Jogos de Tóquio, Toshiro Muto mantém o discurso de que as Olimpíadas vão ser um símbolo de solidariedade e vão ajudar a reduzir a distância emocional entre as pessoas.

– Antes do surto do coronavírus, acho que as pessoas teriam entendido se eu explicasse os méritos das Olimpíadas, mas agora estamos em uma crise séria que pode acontecer apenas uma vez em vários séculos. Se fôssemos falar sobre as Olimpíadas nesses tempos, reconheci que as discussões teriam de ser realizadas em um nível completamente diferente. Se quisermos criar solidariedade em vez de divisão, isso pode ser feito por meio das Olimpíadas. Todo mundo sabe que o esporte tem o poder de mudar o mundo. Depende dos esforços dos japoneses para aproveitar ao máximo a chance – disse Muto, em entrevista ao “Kyodo News”.