Luciano eleva patamar de time competitivo em “teste difícil”

O nível de competitividade mudou tão rápido quanto as 48 horas entre um jogo e outro. Da facilidade contra o frágil São Caetano, o São Paulo encarou um adversário muito mais duro na última segunda-feira. O Red Bull Bragantino, classificado como um “teste difícil” por Hernán Crespo, passou muito pelo ganho de patamar do time com Luciano.

Desfalque na goleada de sábado ao ser liberado por questões pessoais, Luciano voltou com a preparação comprometida e teve 45 minutos diante de um adversário do nível de Série A. Bastou meio tempo para o camisa 11 elevar o nível do time, potencializar colegas e ser decisivo na vitória por 1 a 0, a segunda consecutiva no Paulistão.

Com Luciano flutuando no ataque, Daniel Alves recuou e saiu do radar de Raul, conseguindo ter liberdade para controlar mais o jogo. Reinaldo, pela esquerda, passou a ser mais acionado e assumiu papel decisivo na participação direta no gol contra de Léo Ortiz. O “meia” Luciano agrada a Crespo, que vê até uma alternativa possível para o futuro.

Ao lado de Luciano pela primeira vez, Eder também mostrou fluidez e até um grau surpreendente de entrosamento na movimentação. O segundo gol poderia ter saído no fim, caso o camisa 11 não sentisse dores na coxa e acompanhasse até o fim um promissor contra-ataque.

O que deu certo

Na visão de Crespo, o São Paulo merecia a vantagem no placar com o desempenho da primeira etapa. Porém, nos 45 minutos iniciais, a principal chance veio somente na bola parada, em cabeçada de Léo. O jogo ofensivo cresceu, no entanto, com a presença de Luciano.

O camisa 11 entrou com liberdade e melhorou o volume de jogo são-paulino dialogando especialmente com Daniel Alves, que enfrentou dificuldades ao atuar mais avançado. Dessa combinação saiu o gol responsável por dar a vitória ao São Paulo.

Outro ponto positivo foi a sustentação defensiva. O trio Arboleda, Bruno Alves e Léo completou 180 minutos de bom nível, elevado ainda diante de um rival de maior qualidade como o Bragantino.

Nesta segunda, os três ainda contaram com a ajuda de Luan, que, defensivamente, fez grande partida ao minar Claudinho, principal jogador do Campeonato Brasileiro passado, mas dono de atuação discreta no estádio do Morumbi.

– A força defensiva da equipe contra um ótimo rival e com sua força. No jogo passado, ofensivamente o São Paulo mostrou muitas grandes coisas, então faltava um rival que possa meter em dificuldade; e encontramos hoje, com jogadores descansados. A dificuldade ainda maior, e o time foi perfeito. A equipe do São Paulo foi perfeita – destacou Crespo.

O que deu errado

A entrada de Luan teve como objetivo dar maior liberdade a Rodrigo Nestor e, principalmente, Daniel Alves. O camisa 10, contudo, mostrou dificuldade em ser o meia responsável por se aproximar da dupla formada por Pablo e Rojas, titulares contra o Bragantino.

Mais recuado, Daniel Alves lê o jogo de frente e consegue ser mais participativo. No primeiro tempo, muitas vezes o camisa 10 pegou a bola de costas e acabou encaixotado pela marcação, como nos duelos diretos contra o volante Raul.

A entrada de Luciano, que flutua como meia, resolveu o posicionamento de Daniel Alves, que cresceu de desempenho e participou do gol. O veterano ex-Barcelona e Sevilla precisa de apoio neste setor, especialmente em partidas que exigem maior competitividade.

Próximos passos

Crespo deve alterar grande parte da equipe para o duelo de quarta-feira contra o Guarani. Tiago Volpi, Arboleda, Bruno Alves, Léo e Daniel Alves atuaram 180 minutos em dois dias e, possivelmente, devem ganhar descanso no duelo deste meio de semana.

A preparação para o jogo de quarta tem peso, já que na sexta-feira, no Allianz Parque, o São Paulo disputa o primeiro clássico pós-retomada do Paulistão contra o Palmeiras.

Portanto, às vésperas do novo grande teste, Crespo vai poder rodar o elenco e dar minutos a nomes como Miranda e Benítez, recém-chegados.