Jordan relata dor por George Floyd, e Kareem defende protestos: “Querem viver”

Dois dos maiores astros da história da NBA se manifestaram sobre o assassinato de George Floyd, um americano negro de 40 anos, ex-segurança, que morreu asfixiado após um policial se ajoelhar sobre seu pescoço. Neste fim de semana, Michael Jordan e Kareem Abdul-Jabbar uniram suas vozes às de tantos outros jogadores da liga americana de basquete na luta contra o racismo e por justiça por George Floyd.

Depois de LeBron James ecoar a revolta pela morte de George Floyd na quarta-feira, muitos astros da NBA também se manifestaram em apoio à luta contra o racismo nos Estados Unidos. Neste domingo, Michael Jordan relatou em nota dor, tristeza e raiva pela morte de Floyd.

– Estou profundamente entristecido, verdadeiramente dolorido e claramente enraivecido. Vejo e sinto a dor, a indignação e a frustração de todos. Eu defendo aqueles que estão alertando para o racismo e a violência arraigados contra pessoas de cor em nosso país. Já tivemos o suficiente. Não tenho as respostas, mas nossas vozes coletivas mostram força e incapacidade de ser divididas por outras pessoas. Devemos ouvir todos os outros, mostrar compaixão e empatia e nunca dar as costas à brutalidade sem sentido. Precisamos continuar expressões pacíficas contra a injustiça e exigir responsabilidade. Nossa voz unificada precisa criar mudanças sistêmicas. Cada um de nós precisa fazer parte da solução e devemos trabalhar juntos para garantir justiça para todos. Meu coração vai para a família de George Floyd e para os incontáveis outros cujas vidas foram tiradas brutalmente e sem sentido através de atos de racismo e injustiça – disse em nota Michael Jordan.

Seis vezes campeão da NBA e seis vezes MVP da liga, Kareem Abdul-Jabbar publicou um artigo no “Los Angeles Times” no sábado em que saiu em defesa dos protestos que ocorreram nos últimos dias nos Estados Unidos. O ex-jogador de 73 anos explica por que, mesmo em tempos de isolamento social da pandemia do coronavírus, as pessoas saíram as ruas, principalmente os negros.

– O que você deve ver ao ver manifestantes negros na era de Trump e coronavírus é que as pessoas são levadas ao limite, não porque querem bares e salões de beleza abertos, mas porque querem viver. Respirar. (…) O que eu quero ver não é uma corrida por julgamento, mas uma corrida por justiça – escreveu Kareem.

Caso George Floyd

George Floyd, que sofria de doença arterial coronariana e doença cardíaca hipertensiva, morreu asfixiado por um policial na cidade de Minneapolis, no estado americano de Minnesota. O oficial ficou durante 8 minutos e 46 segundos pressionando o pescoço do homem negro de 40 anos com o joelho. Imagens foram divulgadas da brutalidade e, posteriormente, o policial acabou preso pelo crime.

A comunidade americana julga o ato como discriminação racial. Desde o início da semana, protestos vêm ganhando força na cidade de Minneapolis. No esporte, grandes referências mundiais também se manifestaram. LeBron James, um dos líderes na causa, chegou a vestir uma camisa com a frase “não consigo respirar”. Na última sexta, Stephen Jackson, campeão da NBA com o San Antonio Spurs em 2003, e o ator Jamie Foxx lideraram uma coletiva sobre o caso. Stephen Jackson era amigo pessoal de George Floyd e o chamava carinhosamente de “irmão gêmeo”.