Inter depende de pênalti para conseguir furar bloqueio, mas alivia pressão com vitória
Para amenizar a turbulência, o Inter viajou a Salvador com a obrigação de ganhar. E conseguiu. A vitória por 1 a 0 na última quinta-feira, no Barradão, sobre o Vitória dá vantagem na Copa do Brasil e transforma o que eram três jogos sem vencer em uma série de cinco partidas de invencibilidade.
O Colorado venceu – o que era imperativo. Mas não convenceu. A equipe precisou de um pênalti para o sucesso e, uma vez mais, abusou da lentidão na saída de bola. Principalmente no primeiro tempo .
Como é de praxe, Miguel Ángel Ramírez alterou a equipe. Em relação à escalação que iniciou no empate em 2 a 2 com o Sport no domingo, o espanhol promoveu três mudanças. Daniel entrou no lugar de Marcelo Lomba no gol, Johnny, na vaga de Rodrigo Lindoso, e Patrick, na de Mauricio.
No início, o time sofreu com a saída de bola. O Vitória adiantou a marcação e forçava o erro. Aos poucos, os mandantes adotaram uma postura mais conservadora e recuaram. O Inter ficava com a posse de bola, sempre com mais de 70%.
O que não se refletia em ameaças. A bola ficava basicamente entre Daniel, Renzo Saravia, Lucas Ribeiro, Víctor Cuesta, Moisés e Johnny. Passes laterais e recuadas eram a tônica colorada. Edenilson pouco construía, e Yuri Alberto, isolado entre os zagueiros, apenas observava a partida.
O primeiro lance de perigo foi do Vitória. Aos 34, Guilherme passou por Moisés e obrigou Daniel a fazer uma bela defesa. Quatro minutos depois, o Inter respondeu, na primeira vez que criou para ameaçar o gol rival, já aos 38. Patrick encontrou Edenilson dentro da área, que chutou para fora, longe.
O Colorado voltou do intervalo e esteve próximo de marcar. Taison encontrou Caio Vidal às costas da defesa e o serviu, mas o atacante chutou em cima de Ronaldo. Foi a primeira vez que o goleiro rival trabalhou, de fato.
Mas o que poderia ser um lance para motivar o time e abafar o rival, não se confirmou. Mesmo com mais espaços, o Inter seguia sem levar perigo, com Yuri isolado no ataque. Ramírez, então, mudou a equipe.
Sacou Patrick, Yuri e Edenilson e deu oportunidade a Gabriel Boschilia, Thiago Galhardo e Mauricio. O Inter ficou mais movediço. Boschilia, apesar de quase oito meses sem atuar em razão da cirurgia no joelho direito, aparecia para auxiliar na construção. Inclusive, tentou uma finalização, que saiu desviada.
Números do Inter contra o Vitória:
Posse de bola: 76%
Finalizações: 9
Escanteios: 9
Faltas: 12
Precisão dos passes: 88%
Passes tentados: 698
Passes completos: 617
Passes incompletos: 81
Desarmes: 14
Aos 26, Moisés avançou pela esquerda e cruzou para Galhardo. O artilheiro, quando tentava o domínio, acabou agarrado por Wallace Reis dentro da área. O próprio Galhardo pegou a bola e bateu no meio do gol. Só assim, de pênalti, para marcar.
Oito minutos depois, o Inter teve a chance de ampliar. Taison recebeu na intermediária e arriscou. A bola desviou em Wallace e carimbou o travessão, que impediu o primeiro gol do camisa 10 neste retorno ao clube gaúcho.
No fim da partida, aos 39, um lance polêmico. Roberto recebeu na área e caiu após choque com Lucas Ribeiro. O árbitro Marcelo de Lima Henrique entendeu a jogada como normal e mandou seguir.
Sem mais ser importunado, o Inter administrou os momentos derradeiros e confirmou a vantagem. O resultado, apesar de sem brilho, diminui a tensão. No primeiro de dois jogos no Nordeste, a equipe traz alívio para a sequência do trabalho de Ramírez, alvo de protestos em Porto Alegre.
E muda também a narrativa. Antes, eram três jogos seguidos sem vencer, com três empates. Agora, são cinco partidas de invencibilidade, com duas vitórias e três empates no período.
Com o resultado, o Inter pode até empatar que se classifica às oitavas de final da Copa do Brasil. O jogo de volta será disputado na próxima quinta-feira, às 21h30, no Beira-Rio.
Antes, o Colorado concentra forças no Brasileirão. No domingo, o time de Miguel Ángel Ramírez enfrenta o Fortaleza. A partida, válida pela segunda rodada da competição, ocorre às 16h no Castelão.