Grêmio usa a cabeça nos gols e na estratégia para construir vitória de virada no Gre-Nal

A virada do Grêmio no Gre-Nal não veio com brilhantismo ou um grande jogo tecnicamente. Mas a cabeça dos gremistas, de duas maneiras, foi decisiva para o 2 a 1 no Beira-Rio, neste domingo, na primeira final do Gauchão. Os dois gols saíram pelo alto, em finalizações certeiras. Mais do que isso, o time se manteve bem centrado nas dificuldades e superou o maior rival mais uma vez também na parte mental.

A cabeça de Tiago Nunes também funcionou muito bem, já que as substituições do treinador melhoraram o desempenho do time no segundo tempo. O Grêmio esteve sempre concentrado mesmo quando o Inter era superior na primeira etapa e não sucumbiu.

O primeiro tempo não foi bom e mostrou um Grêmio travado. Maicon foi o escolhido para entrar no meio-campo na vaga de Thiago Santos, lesionado. Mas faltou mobilidade para o volante e para Lucas Silva.

– Um meio-campo que já venceu o Gre-Nal aqui no Beira-Rio, jogando desta maneira. Tem potencial técnico e defensivo. Tivemos um momento muito bom no jogo após o gol que sofremos. O jogo é feito de ciclos, tem ciclos que o adversário é melhor, depois a gente é melhor. Aí o aproveitamento fala por si. A equipe que tem um pouquinho mais de qualidade nas oportunidades que cria acaba levando vantagem. Foi o que conseguimos – destacou Tiago Nunes após a vitíria.

Os dois volantes mantiveram mais o posicionamento e não se desprenderam tanto. Ma isso não impediu o Inter de sair na cara de Brenno logo nos primeiros minutos e abrir o placar também em um descuido. Com o meio congestionado, Cuesta lançou bola nas costas de Ruan para infiltração de Edenílson, que só rolou para Thiago Galhardo fazer 1 a 0.

Os melhores momentos do Grêmio no Gre-Nal foram com a cabeça. Antes dos gols, Diego Souza ganhou pelo alto uma disputa na intermediária e deixou Matheus Henrique de frente para Marcelo Lomba. O empate poderia ter saído no fim da etapa inicial, mas o camisa 7 desperdiçou.

O lance foi no meio-campo, mas resume a superioridade de Diego Souza. Ele ganhou de Zé Gabriel e Cuesta em bola longa e deixou o companheiro com espaço para avançar. Depois do intervalo, subiu mais que Zé Gabriel, aos 12, e desviou para o gol a cobrança de Lucas Silva para empatar. Sua especialidade.

O Grêmio voltou do vestiário mais agressivo em campo. A postura mais adiantada se fez valer com os laterais presentes no campo ofensivo e um Lucas Silva mais solto para avançar. Expor-se ao contra-ataque era o efeito colateral.

Mesmo sem trocas, já havia uma melhora. Quando a cabeça de Tiago Nunes agiu, o Grêmio melhorou mais. Darlan no lugar de Maicon, cansado, foi um acréscimo no meio, especialmente. O jogo se abriu, embora o Tricolor tenha recuado para ter espaço para contra-atacar. Brenno salvou chute de Caio Vidal 20 minutos após o gol gremista.

Mas a vitória viria em um ataque do Grêmio de quatro com cinco defensores justamente em uma transição rápida, com espaço, a partir da estratégia traçada. O cruzamento de Léo Pereira foi na medida para Ricardinho. O centroavante era o único tricolor em meio a quatro rivais na área. De cabeça, desviou no canto de Marcelo Lomba para fazer 2 a 1.

No fim, Marcos Guilherme ainda perderia praticamente dentro do gol o empate colorado. Mas o Grêmio saiu com o placar favorável e a vantagem do Beira-Rio mesmo sem ter um desempenho muito melhor. O jogo mental, no entanto, foi bem superior ao rival, que parece sofrer um bloqueio no clássico.

E aqui vai outro destaque: o segundo gol saiu dos pés da base. Matheus Henrique, Darlan, Léo Pereira e Ricardinho. Aliás, o Tricolor encerrou o jogo com oito jogadores com passagem pela formação do clube, assim como já ocorrera na vitória na Arena, na primeira fase do Gauchão.

Com a vitória, o Grêmio joga por um empate no jogo da volta para ser tetracampeão gaúcho. Derrota por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. O próximo Gre-Nal ocorre no domingo, às 16h, na Arena.

Antes, o Grêmio retoma as atenções para a Copa Sul-Americana. Jogará na quinta, contra o Aragua, na Venezuela, já encaminhado no Grupo H — precisa de um ponto para se classificar.