Gabriel Batista ganha espaço no Flamengo, vê jogo com pés como diferencial e elogia Hugo: “Um dos meus irmãos”

Tão logo acabou a partida entre Flamengo e Unión La Calera, no Chile, Gabriel Batista recebeu um afago de Hugo Souza. Havia sido a primeira partida de Gabriel como titular na Libertadores, e a chance que recebeu após um momento de baixa do companheiro não estremeceu a relação entre eles. Pelo contrário: os dois fizeram questão de reforçar a amizade em redes sociais.

– Minha relação com o Hugo é muito boa, trabalhamos juntos desde o sub-17, e chegamos praticamente juntos ao profissional, eu acabei subindo um pouquinho antes. Ano passado ele teve um ascensão muito grande e eu estive sempre na torcida, respeito e admirando, mas também querendo conquistar meu espaço.

– Nós sempre conversamos antes e depois dos jogos, sobre coisas que poderíamos ter feito diferente, se um concorda com o que o outro fez, tanto nos treinos como nos jogos. Nossas conversas são sempre muito construtivas, nossa relação é muito boa e saudável tanto dentro quanto fora de campo. Ele é um dos meus irmãos mais novos do futebol – afirmou Gabriel Batista.

Gabriel ganhou espaço no Flamengo para ser titular nas partidas contra Volta Redonda e La Calera. A chance veio graças a um problema físico de Diego Alves e também por uma atuação considerada abaixo da crítica de Hugo diante da LDU.

O técnico Rogério Ceni não deu qualquer aviso especial a Gabriel, que, desde a ascensão de Hugo em 2020, viu-se com menos chances no elenco. Com a oscilação do companheiro, voltou à pauta do treinador.

A comparação entre dois goleiros criados nas divisões de base acontece sempre em cima de uma característica especial. Se Hugo mostrou que ainda precisa melhorar com os pés, a habilidade de Gabriel é vista como seu maior diferencial.

Gabriel fez jus a esta característica, principalmente contra o Unión La Calera. Em sua estreia na Libertadores, atuou praticamente como um líbero, saindo muitas vezes do gol para bloquear contra-ataques do rival. Porém, mesmo ciente da habilidade, ele ressalta que o principal ainda é a técnica com as mãos.

– Me sinto muito confortável em jogar com os pés, eu sempre vejo que falam que eu sei jogar com os pés. Mas acredito que a principal valência do goleiro não pode ser só essa. Goleiro tem que agarrar, obviamente, mas se souber jogar com os pés é um diferencial, um plus que pode ser muito útil.

– Hoje em dia é algo que se valoriza muito, então estou sempre procurando melhorar, tanto meu jogo com os pés quanto embaixo das traves, porque como eu disse, o essencial do goleiro é defender a meta e não sofrer gols, o trabalho com os pés acaba sendo o diferencial – completou.

Gabriel vive, agora, a expectativa de permanecer como titular na final do Campeonato Carioca, contra o Fluminense, no sábado. A presença de Diego Alves ainda depende da evolução do goleiro, que se recupera de uma fibrose na coxa. Até lá, Gabriel seguirá exercendo a paciência, uma dica valiosa que recebeu de Rogério Ceni.