Djokovic leva o hexa em Wimbledon e iguala recorde de títulos de Grand Slam

Novak Djokovic conquistou neste domingo o hexacampeonato em Wimbledon. O número 1 do mundo no tênis arrancou uma virada diante do italiano Matteo Berrettini, #9 do ranking da ATP, e venceu por 3 sets a 1 na grama sagrada de Londres – parciais de 6/7 (4), 6/4, 6/4 e 6/3. O sérvio de 34 anos precisou superar um duelo de de 3h23min na final para erguer mais um troféu de Grand Slam.

Foi o terceiro título de Grand Slam de Djokovic só na temporada 2021 – venceu também o Australian Open e Roland Garros. Foi também o 20º troféu de Grand Slam da carreira do sérvio, que igualou o recorde do suíço Roger Feder e do espanhol Rafael Nadal. Agora, o chamado “Big 3” está equiparado.

– Vencer em Wimbledon sempre foi um sonho meu desde criança. Venci esse torneio muitas vezes, mas tenho que fazer isso de novo para me lembrar de quão especial é. É uma grande honra e privilégio. Quando eu era um garoto de 7 anos na Sérvia criei um troféu de Wimbledon com materiais improvisados que eu tinha no meu quarto. Hoje tenho seis troféus de Wimbledon. É incrível – disse Djokovic.

Com o sexto título em sete finais (só perdeu para Andy Murray em 2013), Djokovic agora é o terceiro maior vencedor da chave masculina de simples de Wimbledon da Era Aberta, atrás do líder Roger Federer (8 troféus) e do americano Pete Sampras (7). O número 1 do mundo também é o quarto tenista a conquistar três títulos seguidos no Grand Slam de Londres na Era Aberta. Motivo de sobra até para comer um pouco da grama da quadra principal do All England Club após a vitória sobre Berrettini.

Na celebração do título, Djokovic deu sua raquete a uma pequena e sortuda torcedora, que estava com um cartaz de apoio ao sérvio. Ele repetiu o gesto que fez após a conquista de Roland Garros, quando deixou um torcedor mirim “surtado” com o presente.

No caminho para mais uma taça, o sérvio só perdeu dois sets, um na estreia contra o britânico Jack Draper, outro na final contra Berrettini. O italiano de 25 anos deu trabalho em sua primeira final de Major da carreira. O saque potente incomodou Djokovic. Só que o número 1 do mundo mostrou força mental para arrancar a virada.

Agora, Djokovic vai em busca de um ano dourado. Ele tenta o Carrer Grand SLam – que é a conquista dos quatro Majors em uma mesma temporada – e o Golden Slam – que, além da conquista dos quatro Majors, é levar o ouro olímpico, este ano nos Jogos de Tóquio. O sérvio já confirmou presença nas Olimpíadas do Japão e disputa o US Open, último Grand Slam do ano, em setembro.

O jogo

Potência do saque italiano

Apesar de cometer algumas duplas faltas, Djokovic dominou o início do jogo. O número 1 do mundo conseguiu uma quebra já no quarto game. Ele chegou a abrir 5 a 2 e ter um set point. Só que Berrettini cresceu no jogo. Com um saque muito potente, ele salvou o set point e venceu um disputado oitavo game de mais de dez minutos. Djokovic sacou para o jogo, mas viu o italiano devolver a quebra e na sequência empatar o set (5 a 5). Os dois levaram a parcial para o tie-break, quando o serviço de Berrettini fez a diferença. Foi com um ace que o italiano selou o triunfo: 7/6 (4).

A resposta sérvia

Djokovic encaixou um arsenal de bolas vencedoras no começo do segundo set para dar a resposta e conseguiu duas quebras para abrir 4 a 0. O número 1 do mundo novamente sacou para o set no oitavo game e novamente foi quebrado (5 a 3). Desta vez, Djoko não se abateu e respondeu com triplo set point no serviço de Berrettini, mas o italiano anotou cinco pontos seguidos para virar a parcial. Sacando para o set pela segunda vez na parcial e pela terceira no jogo, o sérvio enfim conseguiu a vitória, forçando o erro de devolução do rival: 6/4.

Cabeça forte

Berrettini abriu o terceiro set atropelando em um game com três aces, uma bola vencedora e nenhum ponto cedido. Nada que abalasse Djokovic, que buscou uma quebra no terceiro game para virar a parcial e saiu apontando para a cabeça. Sabia que a força mental faria diferença. Foi assim que ele evitou perder o serviço com uma virada no sexto game. E enfim o número 1 do mundo não tomou nenhum susto sacando para o set. Em um erro não forçado do italiano, Djokovic selou a virada: 6/4.

Pode vibrar!

A árbitra Marija Cicak, primeira mulher a comandar uma final de simples masculina de Wimbledon, teve trabalho para controlar a torcida no quarto set. Djokovic levantou a arquibancada com lances espetaculares, vibrando muito. Berrettini equilibrou a parcial até o sétimo game. Foi quando o sérvio encontrou duas bolas vencedoras incríveis, e o italiano cometeu dupla falta justamente no break point. Aí Djokovic deslanchou. Berrettini ainda salvou dois match points, mas não evitou mais uma quebra, a que definiu o título para Novak Djokovic: 6 a 3.