Ceni exalta vitória do Flamengo sobre Palmeiras: “Confronto que gera expectativa muito grande”

Atual bicampeão, o Flamengo começou o Campeonato Brasileiro com o pé direito em busca do terceiro título seguido. Na tarde deste domingo, o Rubro-Negro venceu o Palmeiras, um de seus principais concorrentes ao troféu, por 1 a 0 com gol de Pedro no Maracanã. Após a partida, o técnico Rogério Ceni enalteceu o resultado diante de um confronto de grandes expectativas:

– Jogar contra o Palmeiras e sair vitorioso é sempre importante. Não há rivalidade estadual, mas é um time que venceu muito nos últimos anos, assim como o Flamengo. Então quando se tem um confronto gera uma expectativa muito grande. E quando você consegue vencer dá confiança, o torcedor vê com bons olhos quando sai vitorioso de um confronto desse tamanho – afirmou Ceni, que não se mostrou surpreso com tropeços de outros favoritos na 1ª rodada:

– Quando começa o campeonato, você não tem três ou quatro rivais, tem todo mundo. A gente não sabe o que vai acontecer, às vezes a formação de uma equipe, você não acompanhou o campeonato estadual… Então não tem uma exata noção do potencial de cada um. Quando começa o enfrentamento a nível nacional é que começa a se ter noção de quem vai brigar ou não pelo título. O Fortaleza venceu o Atlético-MG fora. Ainda é muito cedo para saber quem é rival, tomara que a gente também esteja brigando lá na frente. Mas vencer o Palmeiras em si acho que é o mais significativo no dia de hoje por se tratar de uma grande equipe com grande investimento.

Veja outras respostas de Ceni na coletiva:

2º jogo sem sofrer gols

– Vencer sem sofrer gols é o ideal. Vencer com uma margem de gols também é ideal, e a gente tentou. Principalmente depois do gol, explorando a velocidade, deixando Michael de um lado e Bruno Henrique de outro. E tivemos até uma oportunidade boa para fazer o segundo gol, Michael fez uma puxada boa de contragolpe jogando em cima de um zagueiro, eles jogaram em um esquema de três zagueiros. Mas logicamente a gente fica feliz por passar (zerado na defesa), time que tem vocação ofensiva é natural se expor um pouco mais. Mas mais uma vez passar zerado no jogo é importante.

Volta de Diego Alves e Rodrigo Caio

– Todos são importantes. Tivemos uma dupla diferente dessa no último jogo e também não sofremos gols. Cada hora vai jogar uma dupla, mas obviamente o Diego, pela experiência que tem, é um cara de 30 e poucos anos, sabe a hora de dar uma esfriada no jogo, acalmar, além da parte técnica dele. Mas quando se fala muito, normalmente se organiza melhor o time. Diferente de um garoto de 22 anos, que também vai chegar a esse nível, ajuda bastante nesse tipo de jogo onde as linhas estão altas, você tem que organizar, são times que fazem ligações de longa distância. E o Rodrigo eu gosto bastante, já trabalhei outras vezes com ele, é sempre um prazer quando posso contar com ele.

Gramado do Maracanã

– O gramado deu uma piorada grande, não sei se vão fazer uma reforma. A situação começa a ficar difícil, porque a bola quica demais. As pessoas querem ver um jogo rápido, com toque de bola. Além de tudo, a grama estava seca, não foi molhada. Ainda bem que veio a chuva.

Arbitragem

– Sobre arbitragem, é difícil de falar. Fica até a sugestão. Nós sempre estamos aqui para explicar o jogo. O árbitro também deveria vir explicar a sua visão, as suas decisões, para passar para o torcedor. Eu vi o lance várias vezes e não consegui ver falta do Pedro. Ele dá um calcanhar na bola e não há contato com o jogador do Palmeiras. Gosto do Daronco, é um bom árbitro. Acho que é importante dar o espaço para o árbitro vir aqui e explicar o que aconteceu. O treinador sempre tem muita responsabilidade, mas o árbitro também deveria explicar para quem assiste e para nós, profissionais.

Pedro como referência

– Acho que os dois (Gabigol e Pedro) podem jogar juntos, como já jogaram outras vezes. A única coisa é que a gente perde um pouco de velocidade. O Pedro é um jogador que segura a bola, dá tempo de os meias chegarem nele. Hoje tivemos que mudar um pouquinho, jogamos com o Arrascaeta mais centralizado, com o Bruno aberto, o Everton mais por dentro abrindo o corredor para o Isla. São três ótimos jogadores, é que eu tenho dois meias por trás que também são ótimos, e dois volantes que gosto muito. Eu não tenho lugar para sete, só para seis. Hoje, o Pedro fez, além do gol, um ótimo trabalho contra uma defesa de muito contato. Aguentou bem e foi coroado com o gol. Temos dois ótimos centroavantes, e o Bruno Henrique é um jogador fundamental no meu sistema de jogo.

Evolução defensiva

– A gente treina quase sempre a linha defensiva com um home de frente, um volante, muitas das vezes o Diego. Fazemos o balanço defensivo constantemente. Que bom que conseguimos melhorar, e acho que precisamos melhorar ainda mais. Teremos convocação agora, vai separar um pouco o grupo. Mas o grande problema será a Copa América. Temos ótimos jogadores, mas perco as trocas quando esses atletas saem. Vamos tentar, depois dos dias de folga, inserir a parte física e a parte tática. Temos que sofrer menos gols e fazer placares maiores.

Papo no intervalo

– Que o Gerson ou o Diego infiltrassem na primeira linha de cinco deles. Pedi para um dos dois volantes, que começaram lado a lado para marcar Patrick e o Veiga, com Arrascaeta de 10, mas um deles tinha que sair um pouco mais na hora de atacar, para termos mais opções na frente, com mais presença de área. O Filipe Luís também avançou muito hoje, o Arão chegou a fazer jogada de linha de fundo… Acho que construímos melhor, conseguimos produzir mais oportunidades de gol do que no primeiro tempo tempo. E o Palmeiras nos superar em um determinado momento do jogo acho que é normal. Não tem como ser superior os 90 minutos, eles também vão ter oportunidades contra qualquer equipe, principalmente nos contra-ataques, na velocidade do Rony, na parede do Luiz Adriano.

10 dias sem jogos

– Vamos descansar dois dias porque viemos em uma jornada cansativa, mas vamos usar esse tempo para trabalhar. Estamos há 13 jogos sem perder, mas ainda precisamos evoluir. Sem desvalorizar o que foi construído, com títulos e bom futebol. Hoje, fizemos um jogo consistente. Vamos trabalhar parte tática, física. Até para ter alternativas para jogar sem Everton Ribeiro, sem Arrascaeta, sem Gabriel, sem Isla… Vamos usar esse tempo para trabalhar.

“Ritual” para cobrança de falta

– Quando batia falta, eu sempre queria saber como estava o vento. Quando ele foi bater, queria ter uma noção de como estava o vento para tentar adivinhar como ele iria bater. É um costume meu. Quando ia bater faltas, tentava ler o vento.