BBB olímpico: viagem de judocas para treino na Europa terá confinamento e rodízio de máscara
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) anunciou nesta semana que vai enviar a partir do início de julho 200 atletas para treinos na Europa, a um custo de até R$ 18 milhões, para retomada das atividades em meio à pandemia do novo coronavírus com vista aos Jogos Olímpicos de Tóquio. E uma das primeiras modalidades a pegar o avião será o judô.
Vinte e oito atletas e sete profissionais de apoio (técnicos, preparadores e médicos) embarcarão no começo do próximo mês para um período de 60 dias em um centro de treinamento na cidade de Rio Maior, em Portugal, onde também se hospedarão. Alguns protocolos médicos rígidos, e também curiosos, já foram estabelecidos para tornar a viagem possível.
Os procedimentos dão um quê de Big Brother para a operação. Segundo o gestor de alto rendimento da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Ney Wilson, todas as pessoas da delegação serão testadas, com exames de PCR (colhido nas mucosas e geralmente mais sensível) e de sorologia (de sangue, que identifica anticorpos) nos dias anteriores à viagem. A intenção é que o resultado saia no dia do embarque. Se houver algum caso positivo, o integrante ficará no país.
A lista será fechada no início desta próxima semana.
– Chegando a Portugal teremos uma nova testagem. E aí vamos para um período de quarentena, já no CT de Rio Maior. A quarentena será de alguma coisa entre 7 e 14 dias, de confinamento total. Nesses dias, haverá treinos apenas entre os atletas da equipe brasileira – afirmou Wilson.
A CBJ e o COB têm acertado um período de atividades em conjunto com a seleção portuguesa de judô para depois do referido período de quarentena. A partir da chegada, outra série de regras serão cumpridas no dia a dia.
Primeiro, o grupo de 28 atletas será dividido em subgrupos. Cada atleta será responsável por organizar a limpeza de seus quimonos – será proibido usar a mesma indumentária em treinos consecutivos.
– Nós vamos ficar isolados. E dentro do nosso grupo teremos subgrupos. O primeiro é masculino e feminino, depois dos mais leves e dos mais pesados – disse o gestor, que já soltou um ofício de convocação aos judocas da seleção brasileira.
No cotidiano de “novo normal” em Rio Maior, haverá também um rodízio de máscaras. A confederação distribuirá modelos de cores diferentes para a delegação. A cada intervalo de tempo (duas ou três horas), será obrigatório que todos os integrantes troque sua peça, sempre combinando as cores.
– É uma garantia de troca de máscara, fazer o uso de várias cores de máscaras diferentes. No horário tal, todos os membros da delegação devem estar com a máscara amarela, depois passa para a azul e assim por diante – observou.
A previsão é que a delegação de judô volte ao Brasil apenas no começo de setembro. No retorno, a ideia da CBJ é manter os principais judocas do país em atividade intensa. Wilson afirmou que a confederação quer montar uma base de treinos, em local a ser definido, para voltar a reuni-los.
Com o CT nacional montado, a entidade planeja que os atletas se alternem com dias de treinos em seus clubes e dez dias na instalação mantida por ela.
Além do judô, o COB vai levar para a Europa atletas das seleções nacionais de atletismo, natação e boxe, entre outras.