Athletico mostra boa variação ofensiva contra Metropolitanos, mas precisa definir o jogo; análise

A vitória simples do Athletico contra o Metropolitanos-VEN mostrou uma boa variação ofensiva em um cenário que deve ser comum, ao menos na fase de grupos da Sul-Americana e contra equipes sem tantas condições financeiras. O Furacão, contudo, ainda tem lições para tirar de um triunfo magro.

O time atleticano foi organizado durante todo o jogo e teve que ter paciência para encontrar espaços no “ferrolho violeta”. A equipe do técnico António Oliveira poderia ter um resultado mais folgado, ainda mais se marcasse nas chances dos 15 minutos iniciais, e até correu certo risco no segundo tempo.

A equipe rubro-negra finalizou 25 vezes na partida e apenas seis na meta do adversário. Na segunda etapa, com gol de Renato Kayzer no começo, o Furacão “sentou no resultado” sem pensar em uma possível disputa no saldo de gols e viu o clube venezuelano desperdiçar duas chances dentro da área.

O Melgar, do Peru, é o próximo adversário na semana que vem e tem os mesmos seis pontos que o Furacão no grupo D. O saldo do time peruano é de três contra dois da equipe brasileira.

Começamos bem, podíamos ter marcado logo cedo. A equipe circulou rápido, conseguimos situações claras de gols. Foi um ótimo teste contra uma equipe que veio com objetivo de não perder

A escalação atleticana teve três mudanças em relação ao jogo contra o Aucas: Santos e Thiago Heleno voltaram nas vagas de Bento e Zé Ivaldo. Oliveira ainda tirou o meio-campista Christian para a entrada do atacante Vitinho.

O time rubro-negro encontrou um adversário fechado, que esperava o Furacão atrás da linha do meio-campo e marcava em bloco baixo. Apenas o centroavante Bustillo tinha pouca função de marcação, enquanto última linha de defensores tinha cinco atletas, com quatro à frente.

O Athletico, assim, colocava de cinco a seis atletas nesse espaço entre as linhas defensivas para criar jogadas. Quem iniciava a construção eram os zagueiros Thiago Heleno e Pedro Henrique, além do volante Richard e do lateral Erick.

O atacante Vitinho conseguiu tabelar por duas vezes para finalizar. Em uma tocou e recebeu de Abner, mas foi travado. Na outra, Cittadini rolou, ele cortou o zagueiro na área e chutou na trave.

Outra tentativa do Furacão era tocar a bola e atrair o adversário a subir a marcação. Assim, tinha espaços na costas da zaga. Canesin apareceu bem em uma e cruzou, mas Kayzer furou. Pouco depois, ele achou novamente o centroavante entrando sozinho na área, só que o camisa 9 quis dar um corte a mais e desperdiçou boa chance de chutar.

O Metropolitanos conseguia respirar quando acelerava o contra-ataque, mas demorava a tomar decisões no campo ofensivo, o que dava tempo para o Athletico se reorganizar e rapidamente tomar a bola – algo que foi comum. A única chegada com perigo foi após cobrança de escanteio, quando a bola sobrou para Cova chutar com força e colocado para Santos espalmar.

A partir dos 35, Nikão (antes mais centralizado) e Vitinho passaram a ficar bem abertos nos lados do campo. A equipe rubro-negra buscou mais jogadas laterais e cruzar na área, mas a bola não sobrou para ninguém de vermelho e preto. No fim, de falta, Nikão cobrou com categoria e foi pela rede do lado de fora, e Vitinho arrancou e chutou para Schiavone fazer difícil defesa.

Autuori diz que Metropolitanos foi “sufocado” e aprova vitória magra do Athletico: “Ótimo teste”

Na volta do intervalo, o técnico português tirou o meio-campista Cittadini para entrada de Khellven. Com isso, Erick entrou no meio-campo e liberou um pouco mais as subidas de Canesin, que já aparecia bem no ataque.

A primeira chance, contudo, foi do time violeta. Flores cruzou da direita, Martell entrou livre na área e chutou por cima do travessão. A resposta atleticana veio em seguida e foi fatal.

Em jogada típica e característica, Thiago Heleno deu um primoroso lançamento nas costas da zaga. Khellven ajeitou na área e cruzou para Kayzer, sozinho, só empurrar de cabeça para o gol.

Após abrir o placar, o Athletico diminuiu o ritmo e a agressividade, que já não era tanta, deu lugar a mais passes e paciência. Erick, Abner e Vitinho, de fora da área, arriscaram chutes para linha de fundo.

Bustillo, do Metropolitanos, ainda levou o cartão vermelho por agressão em Kayzer, com 33. Três minutos depois, mesmo com um a menos, quase saiu o empate. Mancín recebeu ótimo passe pela direita dentro da área e chutou cruzado, perto da trave.

A única chance clara do Furacão foi com Kayzer, no fim. Yago fez passe em profundidade para centroavante, que driblou o goleiro, mas ficou sem ângulo e chutou para a zaga afastar.