Uma luta solitária e solidária

Os atuais contratos de pedágio se encerram ainda em 2021, e o governo federal estuda uma proposta de colocar as rodovias que cortam o Paraná em mãos de grupos privados por mais 30 anos. O atual modelo, na opinião de muitos, não funciona, e gera mais prejuízos do que benefícios para a população. É o que aponta um levantamento recente, da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) que mostra uma dívida bilionária das pedagiadoras no Paraná – as empresas receberam quase R$ 10 bilhões, entre 1998 e 2020, por obras que não foram realizadas.

Na opinião do comerciante apucaranense Arlindo Rodrigues, 70 anos, o momento é de discutir o modelo de concessão, ou até mesmo acabar com o pedágio. Nesta quarta-feira (19), Rodrigues esteve em Mandaguari realizando uma manifestação solitária no trânsito local, levantando uma faixa que pede a redução das tarifas de pedágio.

“A minha luta começou há 20 anos, lá em 2001, quando fundei a Associação dos Comerciantes das Margens de Rodovia no Paraná. Como comerciante, eu sempre via os caminhoneiros que passavam pelo meu estabelecimento e acabavam deixando de comer pra poder pagar o pedágio. Ou seja, na visão do modelo atual a pessoa pode ficar sem comida, mas não sem pagar o pedágio. É um absurdo”, relata o comerciante à reportagem do Portal Agora.

“Agora precisamos todos nos envolver nessa luta, pois é o momento dos governantes nos ouvirem e acabarem com isso”, complementa Rodrigues. O apucaranense afirma que sua luta é solitária e solidária. “Estou sozinho lutando pelo bem de todos nós. E não apenas pelo meu ou o seu, e sim os das nossas futuras gerações, que vão nascer e ficar adultas pagando essa tarifa absurda”.

Nos próximos dias, Arlindo continuará sua peregrinação por outras cidades do Paraná.