Professor fala sobre desafios da educação com retorno das aulas presenciais

Na manhã desta segunda-feira (11) o professor e diretor do Colégio Estadual Antônio Racanello de Arapongas, Demis Sastre de Carvalho, concedeu uma entrevista ao vivo na Agora FM e falou sobre educação e os problemas enfrentados durante a pandemia.

Agora FM: Recentemente o professor Demis Sastre de Carvalho foi reeleito diretor do Colégio Estadual Antônio Racanello em Arapongas. Quantos anos serão de mandato?

Demis Sastre: São quatro anos, de dois em dois anos há uma consulta para ver como vai o trabalho e não precisa necessariamente de votos, meu mandato vai até 2025. 

Para quem dirige colégio nesses tempos de pandemia é muito difícil não é? Para se adaptar leva tempo.

O retorno tem que ser gradativo, nós passamos muita dificuldade na educação. A princípio os alunos não tinham atividades em março de 2020 quando paramos, e aí tentamos aulas pelo Meet de forma online, usamos muito também atividades impressas e a partir desse ano com a vacinação melhoramos os números da pandemia e com isso os alunos retornam às escolas e colégios. Hoje qual é a situação? Nós temos aula presencial, mas também temos aula através do Meet para exceções, como por exemplo, se o estudante tem comorbidades aí comprovado ele tem direito de fazer aulas onlines, se não você precisa ir para a escola.

Ainda tem aquele modelo híbrido nas escolas?

Não, voltou praticamente todos e também depende muito do colégio. No meu, muitos voltaram por conta do tamanho das salas e do número de alunos. Nosso protocolo permite 29 alunos de forma presencial porque a distância diminuiu, é claro usando máscaras, e temos mais alunos presencialmente. Nós temos uns 2 alunos por sala fazendo aulas online.

E para recuperar essa defasagem? 

Esse é o desafio! Realmente não é fácil e ainda estamos numa batalha enorme, as perdas pedagógicas que tivemos foi muito complicado. Mas nós temos alguns programas do governo onde o aluno com defasagem estuda em período integral com uma professora para ajudar. A partir de novembro teremos o programa “Se liga” que é uma forma de recuperar isso e claro que estamos usando todas essas “armas” que temos para a recuperação, porém isso leva um tempo para recuperar.

O governo editou uma medida permitindo o ensino remoto, em casa, de forma optativa e isso me preocupou porque o atendimento presencial já tem um déficit, imagina então no remoto, isso se torna ainda mais difícil…

Olha o homeschooling é o ensino em casa e é até válido para quem tem condições, não necessariamente condições financeiras, mas tem condições de dar atenção em casa. Cada pai e cada mãe deve saber quais são suas prioridades e precisa se organizar todos os dias, imagina você e seu filho com quatro horas de aulas, organizando as atividades e trabalhos e depois ele será avaliado para validar o homeschooling. Será que você teria condições e tempo para fazer isso? E além do mais temos a questão social do contato com outras crianças e adolescentes. Nossos filhos necessitam disso.

O calendário escolar é cotado para terminar este ano certinho? 

Nós fizemos uma reunião com o Vladimir do Colégio Estadual José Luiz Gori que é chefe do Núcleo de Educação de Apucarana e temos a previsão de fechar o calendário escolar no dia 17 de dezembro para terminarmos no prazo e para e, 2022 começarmos o ano letivo normalmente.